A União Europeia decide, nesta quarta-feira, se vai manter a sua meta de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020, ampliável de 20% a 30% se outros países decidirem assumir compromissos equivalentes, apesar do fracasso que significou a cúpula do clima em Copenhague.
A presidência rotativa espanhola da União Europeia, apresentou na manhã de hoje uma proposta para os embaixadores dos 27 países membros em defesa de não baixar o nível de ambição de metas. No entanto, segundo fontes, as negociações entre os países poderiam se complicar ou se prolongar durante a tarde.
A União Europeia e outros interventores internacionais devem apresentar propostas concretas para reduzir emissões de CO2 para a Organização das Nações Unidas (ONU) antes do próximo dia 31, além de expressar explicitamente seu apoio à declaração política que foi concluída na capital dinamarquesa em dezembro de 2009.
A carta enviada pelo bloco europeu para a ONU terá sua versão definitiva hoje, depois que ministros europeus do Meio Ambiente fizeram uma reunião informal em Sevilha na semana passada.
Como explicou ontem a secretária de Estado para as Mudanças Climáticas, Teresa Ribera, ninguém questiona a necessidade de a Europa reduzir suas emissões em 30% em relação aos níveis de 1990. Se gundo Ribera, o ponto de discórdia entre os membros é sobre quando a União Europeia deve firmar este compromisso.
Alguns Estados acreditam que a Europa deve se comprometer agora, mas outros consideram que seria mais apropriado esperar até que outros tenham se pronunciado e garantem que terá mais efeito nas negociações internacionais proporcionar um objetivo condicionado.
A organização ambientalista WWF divulgou hoje um comunicado afirmando que 20% de redução é uma meta "extremamente frágil" e disse que, de fato, para cumpri-la, a União Europeia terá que reduzir ainda mais a taxa de cortes de emissões observada nos últimos três anos.
O WWF considera também que não haverá maneira de atingir a meta europeia de cortes de longo prazo (95% até 2050) se as melhorias necessárias forem adiadas por mais dez anos. A ONG lembra ainda que assumir uma meta de 30% significaria uma "economia de energia maciça" que beneficiaria a economia da UE e facilitaria a criação de emprego.
"A Europa deve definir uma meta de 30% no acordo de Copenhague em 31 de janeiro e buscar formas de elevar esse nível de ambição para 40% ou mais [se quiser ser coerente com seu compromisso de manter o aumento da temperatura no limite dos 2ºC]", complementou o WWF.