Os Estados Unidos endureceram sua postura nas já difíceis negociações na cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), realizada em Copenhague, ao se negar a mudar as datas de referência para a redução de gases do efeito estufa, segundo o grupo ambientalista Greenpeace.
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O coordenador político para a América Latina da organização ambientalista, Gustavo Ampugnani, disse nesta quarta-feira, 16, à Agência Efe que Washington apresentou na madrugada passada um documento com uma cruz no lugar da data a partir da qual se deve partir para calcular as emissões de dióxido de carbono (CO2).
Antes de ir a Copenhague, Washington tinha oferecido reduzir suas emissões de CO2 em 17% até 2020 em relação a 2005, o que, em termos reais, representa 4%, em comparação com os parâmetros usados pela União Europeia (UE) e por outros países industrializados, que partem de 1990.
Com esse ponto de partida dos EUA e diante do bloqueio atual das negociações na cúpula, a única solução é que os 119 chefes de Estado e de Governo que começaram a chegar à capital dinamarquesa assumam diretamente as negociações, disse Ampugnani.
Acrescentou que, se não houver um entendimento até o encerramento da cúpula, em 18 de dezembro, ficaria a única alternativa de "uma declaração política de mínimos", em vez da assinatura de um documento juridicamente vinculativo, como exigem muitos países e as organizações ambientalistas.
Segundo Ampugnani, deve ser selada uma proposta fixada definitivamente que inclua uma redução das emissões de 40% até 2020 diante dos valores de 1990, que seria o dobro do colocado sobre a mesa pela União Europeia (UE).