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Estudante é indiciado após manifestação contra votação do Código Florestal

Protesto de estudantes acabou em confusão e manifestante foi atingido por arma de choque; Sarney afastou policial que usou a arma

Por Rosa Costa
Atualização:

Brasília - A Polícia do Senado indiciou o estudante da Universidade de Brasília (UnB) Raphael Rocha por desacato a autoridade e resistência, ao final da manifestação realizada por ele e por cerca de 15 outros colegas em protesto contra a votação do Código Florestal nas comissões de Ciência e Tecnologia (CCT) e Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

Raphael foi atingido por um disparo da arma Taser, cujas ondas causam paralisia temporária. Ele foi arrastado, aparentemente desmaiado, até o elevador e mais tarde, ao lado do pai de e de advogados, se recusou a fazer exame do Instituto Médico Legal (IML). Na versão da polícia legislativa, o estudante teria tentado agredir os seguranças. Os alunos da universidade, por sua vez, acusam um policial à paisana de ter começado a confusão, na tentativa de expulsá-los do local.

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A Secretaria Especial de Comunicação Social do Senado (Secs) informou que o presidente da Casa, José Sarney, determinou o afastamento do policial que usou uma arma de choque contra um estudante durante protesto nesta terça-feira, 8. Sarney exigiu que os "lamentáveis acontecimentos" sejam apurados no prazo de 15 dias.

Estudante de antropologia, Caio de Miranda, disse que estavam lá para protestar contra o novo código, mas não soube dizer qual é a lei ambiental que defende. "Só tinha um pequeno agricultor lá (nas comissões), o resto era ruralista", justificou.

Segundo ele, só três estudantes conseguiram entra na sala de reunião das duas comissões. Em protesto, os estudantes fizeram coro, gritando para os senadores "não nos representa, não nos representam" e chamando-os de corruptos.

Miranda acusou os policiais de terem se irritado quando ele os acusou de serem "ladrões porque defendem ladrão". Caio de Miranda disse que defende o "código de antes", mas ele não soube precisar se falava do texto aprovado pelos deputados ou do texto defasado que está em vigor.

(Atualizada às 21h14)

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