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‘Estamos queimando nossa riqueza biológica’

“Estamos sentados num baú de ouro e não sabemos o que fazer com ele”, disse ontem o gerente de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Braulio Dias. O baú de ouro, no caso, é a biodiversidade brasileira – que é a maior do mundo, mas fica um pouco menor a cada dia, com o avanço do desmatamento em todos os biomas. “Não sabemos aproveitar essa riqueza. E pior, estamos queimando-a”, completou Dias, em referência à onda de queimadas que sufoca o País há mais de um mês.

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Por Redação
Atualização:

 

Promover o uso sustentável da biodiversidade – além da necessidade básica de preservá-la – é um dos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas, que fará sua 10.ª Conferência das Partes (COP 10) em outubro, em Nagoya (Japão).

 

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Segundo Dias, falta apoio financeiro e político para o desenvolvimento de atividades que permitam explorar economicamente os recursos biológicos do País – em vez de simplesmente substituir florestas e savanas por monoculturas de grãos e bois, como ocorre na maioria das vezes.

 

“Não adianta ter a legislação ambiental certa se os incentivos econômicos estão errados”, afirmou, em um workshop preparatório para a COP 10, promovido pela organização WWF. O orçamento do ministério, segundo ele, é insuficiente para garantir a conservação e promover o uso sustentável das espécies e dos biomas brasileiros. “Não temos dinheiro nem equipes técnicas suficiente para fazer frente a esse desafio.”

 

A CDB, que funciona nos mesmos moldes da convenção que trata das mudanças climáticas, diz que os países ricos devem ajudar financeiramente e tecnologicamente os países pobres a proteger sua biodiversidade. Mas o Brasil já poderia fazer muito mais com seus próprios recursos, segundo Bráulio, se priorizasse o tema como deveria.

 

 

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