ESG: três letras que vieram para ficar

Na visão de parte cada vez maior do mercado, empresas que não se preocupam com políticas de sustentabilidade vão ficar para trás

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Por Redação
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Muita gente até já ouviu falar de ESG, mas tem dúvidas sobre a real importância da sigla. Composta pelas iniciais, em inglês, de Ambiental, Social e Governança (ASG), os três pilares devem guiar as políticas de sustentabilidade das corporações e dos governos. “No fundo, é apenas uma outra forma de definir sustentabilidade, adotada pelo mercado financeiro”, afirmou o diretor no Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), Carlo Linkevieius Pereira, durante um dos painéis do Summit ESG Estadão.

Foi no Pacto Global – maior ação de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros em 160 países – que a sigla surgiu, em 2004. Foi citada pela primeira vez no relatório Who Cares Win (Ganha quem se importa, em tradução livre), que tinha o propósito de fomentar uma agenda de sustentabilidade para o setor financeiro. Depois de se tornar muito difundido na Europa e um pouco menos nos Estados Unidos, o conceito finalmente chegou com força ao Brasil, no ano passado, em meio à pandemia. 

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Todos os indícios são de que não se trata de algo passageiro. Ao contrário, a jornada ESG pressupõe estratégias de longo prazo, que podem ser decisivas até mesmo para estabelecer quais empresas continuarão existindo no mercado em um futuro nem tão distante.  Na visão de uma parte cada vez maior do mercado financeiro, a empresa que ainda não se deu conta dessas mudanças corre sérios riscos de se tornar menos atraente para investidores. A jornada ESG de uma organização é composta por um amplo conjunto de ações necessárias para que ela demonstre que está preocupada não apenas em proporcionar lucro para seus acionistas, mas também com o bem-estar dos funcionários, a redução da desigualdade social, o desenvolvimento da comunidade e a preservação do ambiente. São as atitudes esperadas no cenário de consolidação do chamado “capitalismo de stakeholders” – ou seja, um capitalismo que se preocupa em contemplar os interesses de todos.

Avaliação

O passo inicial da jornada ESG é um diagnóstico aprofundado do estágio em que a organização se encontra nos três pilares, com indicadores baseados em critérios científicos e reconhecidos internacionalmente. As metodologias mais difundidas no mercado para a realização desse diagnóstico exigem um grande detalhamento dos números – mais de 400 indicadores devem ser mensurados e acompanhados. O diagnóstico costuma ser consolidado anualmente nos Relatórios de Sustentabilidade, ferramenta que ganha crescente importância como fonte de informação para investidores, uma vez que, além de ser um retrato momentâneo da empresa, é também referência para avaliar como a organização tem evoluído.

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