ENTREVISTA-San Francisco terá plano de combate a efeito estufa

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Por ADAM TANNER
Atualização:

A cidade de San Francisco se transformará na primeira dos Estados Unidos a oferecer um programa de combate ao aquecimento global por meio do patrocínio de atividades locais de conservação, disse o prefeito em uma entrevista na segunda-feira. Pelo esquema, que será anunciado nesta terça-feira, autoridades municipais calcularão o custo em carbono de suas viagens e contribuirão para um dos vários programas criados para reduzir as emissões de gases do efeito estufa -- ou simplesmente deixarão de realizar a viagem. "O que estamos tentando fazer com isso é estabelecer padrões rígidos para mostrar que os programas de combate ao carbono podem funcionar", disse o prefeito Gavin Newsom à Reuters. Ele acrescentou que desconfia dos esquemas que prevêem o investimento em programas realizados em países distantes e sobre os quais há pouco controle. Quanto às viagens oficiais, isso significa que um vôo de San Francisco para Nova York custaria 80 a 90 dólares a mais, dizem autoridades. Esse custo seria pago por meio de programas municipais de combate à emissão, como converter óleo de cozinha usado nos restaurantes em combustível, instalar painéis de energia solar ou investir na conservação de energia. O programa não representará gastos adicionais, o que significa que as secretarias da cidade não precisariam cancelar viagens para pagar por outras viagens, disse Newsom. Uma segunda fase do programa permitiria também aos cidadãos comuns de San Francisco comprar cotas de emissão. Devido ao aumento da preocupação do mundo com o impacto das emissões de carbono sobre o clima, várias entidades, incluindo empresas como o Google e o Yahoo, organizações como as Nações Unidas e países como a Costa Rica, a Noruega e a Nova Zelândia, implementaram programas de combate às emissões com a meta final de se tornarem neutras quanto à produção de gases do efeito estufa. Tais planos adotam medidas como plantar árvores (que "sugam" da atmosfera o dióxido de carbono, o mais comum dos gases do efeito estufa) e encorajar a troca de combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia como o vento e a água. O problema com tais tipos de programa é que os contribuintes geralmente não sabem qual o destino de suas doações, afirmou o prefeito de San Francisco. "Neste momento, eu não sei o destino das minhas contribuições. Elas podem estar indo para a Amazônia", disse Newsom, do Partido Democrata. "Mas há alguns estelionatários que nada mais fazem com esse dinheiro do que enriquecer." A cidade de San Francisco realiza há bastante tempo esforços para encorajar a conservação. No começo deste ano, o prefeito proibiu autoridades municipais de beberem água mineral em garrafinhas de plástico devido à preocupação com o destino final das embalagens. A cidade também proibiu a utilização de saquinhos plásticos nos supermercados a fim de incentivar a reciclagem.

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