ENTREVISTA-Japão quer metas de CO2 para mundo e desenvolvimento

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Por RISA MAEDA
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O Japão está incentivando países em desenvolvimento a melhorarem a eficiência energética de suas indústrias e adotarem metas para reduzir as suas emissões de gases do efeito estufa, segundo uma autoridade econômica do país. O Japão, que é o quinto maior emissor mundial de gases do efeito estufa, defende que os países compartilhem indicadores de eficiência energética em vários setores para que seja possível estabelecer parâmetros para a redução das emissões de gases, especialmente o dióxido de carbono. O compartilhamento das tecnologias já existentes para a redução do carbono seria bem menos oneroso que a adoção de energias não-poluentes, como a nuclear, e seria especialmente útil para economias de crescimento acelerado, como China e Índia. "Achamos que essa é uma abordagem da qual todos os grandes emissores poderiam participar", disse Toru Ishida, diretor-geral do Departamento de Meio Ambiente e Política Industrial Científico-Tecnológica, um órgão do Ministério de Economia, Comércio e Indústria. "(A proposta) não impõe limites setoriais. Ele acrescenta volume potencial a cada setor", afirmou ele à Reuters. "Achamos que o processo de avaliação facilitaria que os países em desenvolvimento encontrassem seus próprios caminhos na luta contra o aquecimento global", acrescentou. Na noite de sexta-feira, começa em Chiba, nos arredores de Tóquio, um encontro de três dias envolvendo os maiores poluidores mundiais para buscar formas de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O chamado G20 (do qual participam Estados Unidos, China, Brasil, Indonésia e África do Sul, entre outros) responde por cerca de 80 por cento das emissões mundiais. Mas a abordagem japonesa enfrenta restrições no mundo em desenvolvimento. Muitos países acham que os países ricos precisam fazer cortes maiores, já que no Terceiro Mundo a prioridade é reduzir a pobreza. Em uma reunião da ONU em agosto passado em Viena, os países ricos aceitarem discutir reduções de 25 a 40 por cento nas suas emissões (em relação aos níveis de 1990), o que seria um ponto de partida facultativo para as negociações em torno de um novo pacto climático global, que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2012. O Japão, porém, não elaborou metas próprias.

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