Empresa grega suspeita de vazar óleo já trabalhou para Petrobrás

Contrato foi encerrado em 2018, diz estatal brasileira; dados sobre prestação de serviços constam em documentos da Lava Jato

PUBLICIDADE

Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Criada em 2006, a empresa grega Delta Tankers tem 30 navios-tanque e já chegou a trabalhar para a Petrobrás, inclusive com o próprio navio Boubulina, apontado como responsável pelo vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste desde o fim de agosto. Nesta sexta-feira, 1º, segundo sistemas de localização, essa embarcação navegava pelo litoral da África do Sul, após partir de um porto na Nigéria.

Voluntário usa peneira de cozinha para limpar vazamento de petróleo da praia Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTAD?O

PUBLICIDADE

O navio Bouboulina prestou serviços à Petrobrás em pelo menos duas ocasiões, em 2011 e 2016. Em 2011, seu uso custou US$ 1,84 milhão (R$ 7,34 milhão, em valor atual). Sua última contratação e operação para a Petrobrás ocorreu em agosto de 2016, segundo a petrolífera brasileira informou, em nota.

A empresa Delta Tankers operou outros quatro navios para a Petrobrás, entre 2011 e 2013, ao custo de US$ 9,4 milhões (R$ 37,5 milhões, em valor atual). As informações constam de documentos colhidos na estatal pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que investigou um esquema de favorecimento de navios gregos comandado pelo então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

Ele admitiu o esquema após firmar um acordo de colaboração premiada, em 2017. Em agosto passado essa denúncia deu origem a um processo, mas a empresa Delta Tankers e sua frota não estão envolvidas nas irregularidades.

Segundo nota da Petrobrás, desde julho de 2018 a empresa grega não presta serviços à Petrobrás. A petrolífera informou que “em todos os contratos de afretamento de embarcações firmados pela Petrobrás está previsto o atendimento rigoroso dos requisitos internacionais relacionados ao transporte marítimo regulamentados pela Organização Marítima Internacional – International Maritime Organization (IMO)”.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.