14 de outubro de 2010 | 14h54
BUDAPESTE - A fábrica de alumínio responsável pelo recente vazamento de resíduos tóxicos na Hungria vai retomar a produção na sexta-feira, confirmou um porta-voz do governo.
O chefe de Gerenciamento de Desastres Nacionais Gyorgy Bakondi já havia anunciado que a empresa iria reabrir até ao final do semana. Bakondi é o comissário encarregado pelo governo para substituir o proprietário da MAL Ltd., Zoltán Bakonyi, preso na segunda-feira, 11.
O vazamento de até um milhão de metros cúbicos de lama cáustica, ocorrido no dia 04 de outubro a partir de um enorme reservatório de armazenamento de resíduos industriais de alumínio, devastou grandes áreas de campo e matou nove pessoas.
Na sexta à tarde, 715 habitantes de Kolontar, a vila que mais suportou o peso do vazamento, poderão voltar para casa, disse à imprensa o secretário de Meio Ambiente, Zoltan Illes.
No entanto, as casas em regiões mais baixas da vila encontram-se completamente destruídas pela torrente de lama.
“Os habitantes de Kolontar que permanecem desabrigados estão hospedados com parentes e amigos. Em casos urgentes, será fornecido alojamento a eles. Mais tarde, serão realojados em um conjunto habitacional previsto em Kolontar e em outros locais'', disse Illes. Muitos moradores já disseram que não querem viver à sombra da fábrica de alumínio.
Um sistema de diques com dois quilômetros de extensão foi construído para evitar que quaisquer derramamentos futuros possam chegar aos assentamentos mais próximos.
O primeiro-ministro Viktor Orban e o presidente Pal Schmitt publicaram uma carta conjunta chamando os húngaros para contribuir com um fundo de emergência.
Enquanto isso, Illes pede mudanças legais para apertar a regulamentação de armazenamento de resíduos industriais perigosos. Ele também reivindica à União Europeia que a lama vermelha, subproduto da produção de alumínio, seja classificada como um “resíduo perigoso”.
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