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Em Davos, índice aponta nações mais ecológicas

Brasil aparece apenas em 62º em lista de 163 nações; melhor performance foi da Islândia

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Por Redação
Atualização:

Especialistas em meio ambiente pelas universidades de Yale e Columbia, nos Estados Unidos, lançaram nesta segunda-feira a publicação bienal do Índice de Desempenho Ambiental, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. O índice classifica 163 países de acordo com o seu desempenho em 25 indicadores em 10 categorias: carga ambiental de doenças, poluição do ar (efeitos nos seres humanos), poluição do ar (efeitos no ecossistema), água (efeitos nos seres humanos), água (efeitos no ecossistema), biodiversidade e hábitat, silvicultura, pesca, agricultura e mudanças climáticas. 

 

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A Islândia dominou o ranking, na 1ª colocação. O país tem quase toda a sua energia gerada de fontes renováveis. Além disso, a Islândia ganhou pontos em reflorestamento e controle das emissões de gases poluentes. Enquanto isso, o Brasil aparece apenas em 62º. Os Estados Unidos vêm em 61º, uma queda significativa desde a última edição do índice, em 2008, na qual os americanos estavam em 39º.

 

No entanto, a classificação deste ano não pode ser comparada com precisão ao índice de 2008, já que os cientistas responsáveis pelo levantamento mudaram um pouco a metodologia atual em busca de resultados mais apurados. 

 

Além disso, uma vez que a maioria dos dados do índice são de 2007 e 2008, no caso dos Estados Unidos o levantamento não é uma representação precisa dos esforços da administração de Obama para melhorar.

 

Ainda assim, os Estados Unidos ficam muito atrás das outras nações industrializadas, como o Reino Unido, que ficou em 14º. Os britânicos se sobressaíram na qualidade do ar e da água, mas obtiveram desempenho fraco nas áreas de biodiversidade e conservação. A Alemanha ocupa o 17º e outros 20 países da União Europeia aparecem no ranking antes dos Estados Unidos.

 

A Suíça caiu um ponto e foi para o 2º lugar, atrás da Islândia, com avanços principalmente nas áreas de infra-estrutura ambiental, controle da poluição e de políticas sustentáveis a longo prazo. A Suécia e a Noruega, nas 4ª e 5ª colocações respectivamente, obtiveram resultados semelhantes aos da Suíça.

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O Japão subiu um lugar para o 20º, a posição mais elevada de um país asiático no ranking. O Canadá ocupa o 46º, mas tem condições boas para a água, as florestas e as práticas agrícolas. Porém o país perde pelas altas emissões de gases de efeito estufa e pela conservação da biodiversidade e do hábitat.

 

China caiu do 105º para o 121º lugar este ano. Outro grande emissor, a Índia ficou em 123º. O acelerado crescimento econômico dos dois gigantes ainda é o maior vilão para o meio ambiente. Os indianos tiveram bom desempenho em termos de qualidade do ar, mas peca nas áreas de biodiversidade e conservação.

 

O último lugar ficou com Serra Leoa, antecedida por outras duas nações africanas pobres, a Mauritânia e a República Centro-Africana. Os países africanos carecem de serviços básicos ambientais e de capacidade política para efetuar mudanças coesas, de acordo com o relatório.

 

Uma análise do índice mostra que os investimentos e a receita são pontos importantes para determinar as políticas ambientais bem sucedidas. Às vezes mais do que a localização geográfica. O Chile, por exemplo, fez investimentos substanciais em proteção ambiental e está na 16ª posição da lista, enquanto que a vizinha Argentina, que fez muito menos em termos de melhorar o controle da poluição e administrar os recursos naturais, está no 70º lugar.

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"Na conferência do clima em Copenhague, no mês passado, dados confiáveis de performance ambiental emergiram como partes fundamentais para uma política global de cooperação", disse Daniel C. Esty, professor de Yale e diretor do Centro para Política e Direito Ambiental da universidade americana. "O índice de 2010 mostra potencial para uma abordagem rigorosa muito mais analítica da tomada de decisão em meio ambiente, mas serão necessários investimentos substanciais para garantir cada vez mais a transparência dos indicadores."   O Índice de Desempenho Ambiental usa indicadores de organizações internacionais, como o Banco Mundial, o Programa de Desenvolvimento da ONU, o Programa das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, assim como grupos de pesquisas como o World Resources Institute e a University of British Columbia. Mas muitos desses dados também são baseados em comunicados dos governos nacionais de cada país.   Muitas lacunas limitam a mensuração do desempenho. E dados incompletos foram responsáveis por excluir dezenas de países do índice de 2010.   "Dados de alta qualidade combinados com análises estatísticas apropriadas podem certamente ajudar os legisladores a identificar os problemas e as tendências, abordagens preferíveis e investimentos públicos mais eficazes na proteção ambiental", disse Jay Emerson, professor de estatísticas em Yale e um dos coordenadores do índice de 2010. "No entanto, as conclusões que emergem são apenas tão boas quanto as informações de base. Nós estamos firmemente comprometidos a fazer melhorias futuras na qualidade dos dados."

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