Em 10 anos, falta d'água atingirá 2,9 bilhões

Relatório internacional adverte que, em 15 anos, a demanda mundial por água doce será 40% superior à oferta

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Por Redação
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TORONTO - Um relatório internacional divulgado nesta terça-feira, 24, adverte que, em 15 anos, a demanda mundial por água doce será 40% superior à oferta. Os países mais deficitários serão os com menos recursos e populações jovens e em crescimento. O documento do Instituto de Água, Meio Ambiente e Saúde (INWEH) da Universidade das Nações Unidas, com sede no Canadá, prevê que em 10 anos 48 países - e uma população de 2,9 bilhões de pessoas - estarão classificados como “com escassez ou com estresse de água”.

De acordo com o relatório, “é provável que novos conflitos apareçam conforme se extrai mais de cada vez mais rios do mundo até o ponto de não chegarem ao mar”. Um dos principais problemas apontados é a corrupção no desenvolvimento de infraestruturas aquíferas e sanitárias. Estima-se que 30% do financiamento destinado a desenvolver recursos potáveis acabem sendo desviados para outros fins. “Em muitos lugares do mundo, a corrupção está provocando uma hemorragia de recursos financeiros que poderiam e deveriam estar disponíveis para eliminar a pobreza e apoiar os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (da ONU), particularmente os relacionados à água.”

Em 15 anos, a demanda mundial por água doce será 40% superior à oferta Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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“A corrupção não é só um ato criminoso. No contexto do desenvolvimento sustentável poderia ser vista como crime contra a humanidade”, acrescentou o relatório, intitulado “Water in the World We Want”.

O diretor do INWEH, Zafar Adeel, declarou que “o impacto da corrupção na água é mais imediato e visível porque afeta as vidas e a saúde da população”. “Há uma relação direta entre a falta de condições de salubridade e água potável e as mortes infantis por diarreia em países em desenvolvimento.”

Os autores também consideram que as subvenções recebidas por setores como o energético e o agrícola devem ser dirigidas ao desenvolvimento de recursos potáveis. “A retirada de subsídios prejudiciais e improdutivos, incluídos os dados às companhias petrolíferas, assim como às de gás e carvão, liberaria o incrível valor de US$ 1,9 trilhão ao ano.” / EFE

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