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El Niño se dissipa, mas duração de efeitos é incerta, dizem EUA

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Por Redação
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O fenômeno climático El Niño está lentamente se dissipando, mas a duração de seus efeitos ainda é algo incerto, disse nesta quinta-feira o Centro de Previsão Climática (CPC) do governo norte-americano. O aquecimento excepcional das águas do Pacífico Equatorial, marca registrada do El Niño, deve dar lugar a um resfriamento gradual entre abril e junho, disse o boletim mensal do CPC, ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Isso indica "uma transição para (...) condições neutras durante a primavera do Hemisfério Norte. Entretanto, prever o momento desta transição é altamente incerto", disse o boletim. O El Niño ("menino", em espanhol) provoca turbulências climáticas em todo o mundo, especialmente na região da Ásia-Pacífico. Ele foi notado pela primeira vez por pescadores latino-americanos de anchovas no século 19, que o batizaram em homenagem ao Menino Jesus, já que normalmente começa na época do Natal. O CPC disse que "as anomalias oceânicas e atmosféricas refletem um El Niño forte e maduro", o que está ligado a uma temporada fraca das monções nas regiões canavieiras da Índia. Isso, por sua vez, elevou o preço do açúcar ao seu valor mais alto em 29 anos no mercado de Nova York, por causa da perspectiva de que a Índia terá de importar muito mais açúcar neste ano. O efeito potencial do El Niño nos Estados Unidos seria uma chuva acima da média nos Estados do sul, e abaixo da média na costa noroeste e no vale de Ohio. Os Estados do norte, exceto a Nova Inglaterra, devem ter neve abaixo da média e temperaturas mais elevadas do que o normal. Já o centro-sul e sudeste do país podem sofrer temperaturas abaixo do esperado, segundo o boletim. No Sudeste Asiático, o El Niño pode provocar seca. Por causa dele, as Filipinas, maior importador mundial de arroz, devem ter de comprar uma quantidade recorde, de 2,4 milhões de toneladas, para alimentar seus 93 milhões de habitantes em 2010. Se o El Niño persistir até junho, isso faria o fenômeno coincidir com o começo da temporada anual de furacões no Atlântico. No ano passado, o El Niño foi citado como razão para o baixo número de furacões da temporada, porque supostamente provoca alterações nos ventos que anulam tempestades incipientes ou as empurram para o alto mar. O último grande El Niño ocorrera em 1997/98, causando transtornos climáticos que provocaram muitas mortes e bilhões de dólares em prejuízos em todo o mundo. (Reportagem de Rene Pastor)

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