LIMA - Os efeitos do El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico, estão desaparecendo, mas nos próximos meses as lavouras sul-americanas podem ser prejudicadas por outro fenômeno climático, o La Niña, que resfria as águas e provoca secas.
Dependendo de como o La Niña ocorre, as safras de café no Brasil, de trigo na Argentina e até de cana no Peru podem ser menores, afetando os preços locais e globais.
É comum que o La Niña suceda ao El Niño, situação em que as águas na faixa equatorial do Pacífico se aquecem acima do normal, empurrando massas de ar quente contra a costa oeste da América do Sul. O El Niño habitualmente aumenta as chuvas, com possibilidades de tormentas.
Os meteorologistas dizem o atual El Niño está terminando. "Eu e muitos cientistas esperamos que o atual El Niño deixe o cenário em breve", disse Bill Patzert, oceanógrafo do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia.
"O que vem em seguida não está claro, e uma volta à irmã gêmea do El Niño, La Niña, certamente é uma possibilidade...", acrescentou.
Os padrões climáticos dos próximos dois meses dirão se haverá ou não La Niña, segundo especialistas. Peru, Equador, Chile, Argentina e a parte sul do Brasil registram climas mais secos em anos de La Niña.