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Ecodesign não é artesanato

Saiba a diferença nesta entrevista exclusiva com a diretora executiva da Objeto Brasil, Joice Joppert Leal

Por Alice Lobo
Atualização:

Na terça-feira à noite foram anunciados os vencedores do prêmio IDEA Brasil 2010, que traz entre suas categorias o Ecodesign. A relação entre sustentabilidade, design e consumo é o tema da entrevista com Joice Joppert Leal, diretora executiva da organização Objeto Brasil, que representa no País o prêmio internacional IDEA Awards e tem como objetivo a promoção do design brasileiro aqui e no exterior. Confira.

Como você vê a preocupação com a sustentabilidademercado no mercado de design?

Cada vez mais a sociedade está preocupada com a sustentabilidade. É um fator determinante na compra de um produto. Isso sem dúvida se reflete no mercado de trabalho dos designers.

Os designers vêm se preocupando mais com esta questão?

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Sim, os designers estão atentos a isso. E, como os clientes também têm essa preocupação, há um interesse convergente.

Qual o papel do design na determinação do impacto ambiental de um produto?

Numa indústria, o designer trabalha numa equipe multidisciplinar ao lado de engenheiros de produtos e de processos. Ele vê como inserir as questões ligadas à sustentabilidade, como por exemplo, na escolha de materiais renováveis.

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O que você destacaria nos produtos vencedores da categoria Ecodesign?

O que é marcante é a diversidade. Temos a Linha Ekos de Sabonetes da Natura, a e-boards - uma prancha de surf -, uma bicicleta de madeira e um reciclador de óleo de cozinha.

Hoje em dia ecodesign não é mais sinônimo de artesanato e da "estética hippie". Por que?

 

Porque hoje, quando falamos em ecodesign, estamos falando em produção industrial. É algo bem distinto do artesanato, produzido em pequena escala e manualmente.

Quando você acha que ocorreu esta mudança e quais foram os fatores determinantes?

 

Há muitos anos a indústria vem se preocupando com a eficiência energética e a utilização de matérias-primas renováveis. Isso se deve em parte à realização da ECO 92 no Brasil  (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceu no Rio em 1992) , quando se difundiu mais a relevância da preservação do meio ambiente. 

A tecnologia industrial ajudou?

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Sim, ajudou porque temos equipamentos que facilitam o plantio e a colheita de matérias-primas com menor impacto para o meio ambiente, além de equipamentos que economizam energia e voltados à reciclagem de produtos. As atividades em centros de pesquisa foram fundamentais. A interação mais intensa dos designers e indústrias com os Centros de Pesquisa e Desenvolvimento também é responsável pelas mudanças.

 

Como os lojistas e os consumidores finais veem os produtos de ecodesign? É um fator que lhes interessa ou ainda muito distante?

Os lojistas valorizam o ecodesign porque há uma demanda por ele e uma consciência maior a respeito do assunto.

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