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Do lixão ao Louvre, arte para inclusão

Eli Tosta transformou artesanato de comunidades carentes em negócio

Por Andrea Vialli
Atualização:

A mato-grossense Eli Tosta é um grande nome da arte contemporânea brasileira. Já expôs suas telas no Museu do Louvre, em Paris, e na Bienal de Milão, em 2007. A projeção internacional foi conquistada graças a muito trabalho e uma inspiração ímpar: as técnicas aprendidas em um sem-número de viagens à Amazônia. Lá, aprendeu com índios e caboclas como extrair pigmentos da natureza e técnicas que usam elementos como cascas de árvores, folhas e cristais brasileiros.

 

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Os vínculos com as comunidades foram crescendo. "Eu não me conformava com o fato de que povos tão ricos culturalmente estavam vivendo na miséria", diz Eli. Atenta ao crescimento dos programas sociais nas empresas, Eli viu uma boa oportunidade para criar programas de geração de renda para as comunidades. "Virei um elo entre essas pessoas, seu artesanato e as empresas, que passaram a comprar os produtos."

 

Criou uma empresa, a Ateliê Brasil, e passou a transmitir às comunidades que visitava noções de design e de planejamento da produção, de modo que pudessem se organizar e atender às encomendas que se tornavam mais frequentes. Um grupo de costureiras do Nordeste chegou a cumprir uma encomenda de mais de 400 itens em poucos dias. "Elas viram que podiam melhorar o artesanato que faziam e que aquilo estava sendo valorizado", conta.

 

Uma parceria com a ONG Care, de combate à pobreza, criou outro canal de venda dos brindes produzidos pelas comunidades. Hoje, o Ateliê Brasil já caminha com as próprias pernas e, em 15 anos de trabalho, a artista soma 1.200 comunidades parceiras. Índios, mulheres pobres, gente que vivia em lixões ganharam uma nova fonte de renda. "Esta é minha maior obra de arte."

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