Do inox ao bambu, canudo sustentável é oportunidade de negócio

Com venda para cinemas e restaurantes, produção de canudos de materiais alternativos cresce no País; empresária prevê maior procura durante o verão

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Por Priscila Mengue
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SÃO PAULO -  Durante três anos, Patricya Bezerra, de 33 anos, e Jéssica Pertile, de 30, lideraram eventos pelo meio ambiente em Curitiba. Em 2016, contudo, tomaram um caminho mais amplo e lançaram a BeeGreen, marca de itens domésticos sustentáveis. “Percebemos que o ativismo não era suficiente, faltava dar ferramentas. Muito do que a gente via só tinha fora do Brasil”, conta Patricya, que é engenheira de produção.

Dentre os produtos, o “carro-chefe” são os quatro modelos de canudo inox. Segundo Patricya, a procura aumenta “quase 100% ao mês”, especialmente para revendedoras e restaurantes, girando em torno de 20 mil unidades a cada 30 dias. A maior demanda se concentra nos Estados do Rio e de São Paulo, mas há crescimento também no Distrito Federal e na Região Nordeste.

Canudo de aço inox é vendido por empresa do Rio de Janeiro Foto: Valeria Gonçalves/Estadão

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Cenário semelhante é apontado pela sócia-fundadora da Mentah!, Helen Rodrigues, de 34 anos, uma farmacêutica que desenvolveu um canudo de vidro borosilicato, tipo mais resistente e tradicionalmente utilizado em laboratórios. “Antes não tinha essa discussão toda. Vendemos em um mês agora o que vendemos em todo o ano passado (desde o lançamento, em junho)”, compara.

Hoje com ponto de vendas em dez Estados e produção de cerca de 4 mil unidades ao mês, Helen acredita que a procura vai aumentar ainda mais no verão. “Serve para todo tipo de líquido, até quente. O pedaço de fruta da caipirinha não entope”, garante.

Entre os modelos reutilizáveis, há ainda opções de bambu, de trigo e até comestível (fora do País). Além disso, a demanda se volta para produtos biodegradáveis de papel, como o importado pela paulista Fulpel Group. Desde maio, a empresa exportou dois lotes, chegando a 4,5 milhões de unidades. A partir de setembro, começará a produzir o item. 

“O primeiro lote evaporou”, diz o diretor da empresa, Marcos Roberto Silva. O produto é comprado especialmente por redes de fast-food e cinema, mas há também a procura de organizadoras de eventos e bufês. 

Embora seja de papel, Silva garante que o canudo resiste à bebidas quentes. O preço, contudo, ainda é cerca de quatro vezes superior ao tradicional, de plástico. “Mas, com o aumento da demanda, deve reduzir”, aposta.

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