A UE considera fundamental que o texto produzido em Bali para guiar as discussões nos próximos dois anos, o chamado "mapa do caminho", inclua referência às metas obrigatórias de cortes de emissão recomendadas pelo Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC). Os americanos, no entanto, são contra qualquer menção a essas metas - que prevêem uma redução de 25% a 40% nas emissões dos países desenvolvidos até 2020 - e propõem como alternativa a adoção de metas nacionais voluntárias. Nas negociações da manhã de sexta-feira, os negociadores indonésios, que tentam intermediar a crise, propuseram um novo texto que exclui as metas polêmicas. No entanto, os europeus reafirmaram a "necessidade" de metas fixas. "Continuamos a insistir que seja incluída uma referência indicativa para redução de emissões dos países ricos até 2020'', afirmou o chefe da UE para meio ambiente, Stavros Dimas. "O mapa do caminho de Bali precisa ter um destino claro para guiar as negociações nos próximos dois anos." Deste quarta-feira, as discussões estão sendo lideradas pelos ministros de Estado. Mais de 190 países participam do encontro, que começou no dia 4 e deve varar a madrugada deste sábado, para concluir o "mapa do caminho", cujo objetivo final é levar à produção de um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto em 2012. Na quinta-feira, a UE chegou a ameaçar boicotar a reunião proposta pelo governo americano para janeiro com as maiores economias do mundo, caso não seja possível fechar um acordo em Bali. O tratado que vigora atualmente prevê cortes de emissões de 5,2% até 2012 nos países desenvolvidos, mas os Estados Unidos se recusam a ratificá-lo. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.