Diversidade e inclusão devem ser complementares

'A verdadeira inclusão é aquela onde todos são reconhecidos e escutados', observa consultora independente

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Por Eduardo Geraque
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2 min de leitura

Uma diversidade ampla dentro do mundo corporativo não leva necessariamente à inclusão. Os dois processos são complementares e precisam caminhar juntos. 

“A diversidade é como se fosse uma corrida de 100 metros, enquanto a inclusão é um processo que se assemelha mais a uma maratona”, afirma Dulcejane Vaz, economista e consultora independente para inclusão, fazendo uma comparação que torna mais fácil o entendimento.

Segundo ela, engajar todos os funcionários e colaboradores de uma companhia requer tempo e investimentos, incluindo o capital humano. “Não se pode ter a ilusão que é algo de curto prazo”, diz. Os cincos ‘P’ da Sustentabilidade (planeta, pessoas, parcerias, paz e prosperidade, como vistos na figura abaixo) estão na base de tudo.

168 Regulações, pelo menos, existem hoje no mundo sobre essa temática ESG, considerando pelo menos 67 países consultados Foto: Reprodução

Perpassando o debate sobre inclusão e diversidade está outro elemento que não pode ser esquecido, segundo a consultora. “A transparência do G, da Governança, também tem de ser total”, explica. São empresas com processos flexíveis em que as estratégias da diversidade e da inclusão estão introjetadas no dia a dia das relações profissionais que mais conseguem avançar. “A verdadeira inclusão é aquela onde todos são reconhecidos e principalmente escutados. Uma coisa é você fazer parte do time, outra é você entrar no jogo”, afirma Dulcejane. 

O olhar empático, além da inclusão, também deve se voltar para a diversidade. “Hoje, esse assunto tem um aspecto muito mais amplo. Ele envolve também classe social, formação escolar, aspectos culturais e religiosos”, diz ela. Segundo a consultora, mesmo no Brasil a mudança de mentalidade a favor tanto da inclusão quanto da diversidade está avançando.

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Considerando quem está do lado de dentro do balcão de negócios, Renato Gasparetto, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Vivo, concorda. “Penso que todo esse processo é também fruto de uma mudança que ocorre de dentro para fora. Para nós, desde 2006, sustentabilidade é compromisso de desenvolvimento. O G (de governança) é o que difere o joio do trigo. O ESG deixou de ser opção e passou a ser pressuposto”, afirma o executivo da empresa de serviços de conectividade digital.

Exemplo

Entre os exemplos de ações práticas citados por Gasparetto durante o Summit ESG Estadão estão o programa Vivo Sustentável, de reciclagem de eletrônicos nas lojas da empresa, e o de inclusão de pessoas acima dos 50 anos. “Parte do nosso público prefere ser atendido nas lojas por pessoas com a mesma idade.”