Desmatamento real é só 10% dos números do Inpe, diz Maggi

O governador do Mato Grosso também afirmou que seu estado 'não tem nada a esconder' na questão ambiental

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Por Redação
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Ao participar de audiência pública na Câmara, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, voltou a questionar os números do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que aponta o estado como um dos campeões de desmatamento nos primeiros meses de 2008. Maggi afirmou que seu estado não tem "nada a esconder" e defendeu que o desmatamento real em Mato Grosso representa apenas 10% da devastação medida pelo Inpe. Veja também:Cassol defende imposto para financiar preservação da AmazôniaAções diárias que salvam o planeta  Acompanhe a trajetória do desmatamento na Amazônia; abril teve mais desmate Leia a edição online da Revista da Amazônia  Fórum: é possível salvar a floresta amazônica?  De acordo com o instituto, 1.123 quilômetros quadrados da floresta amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril. Desse total, 794 quilômetros quadrados foram devastados somente em Mato Grosso. Segundo Maggi, as divergências se devem a diferenças de metodologia. Enquanto o Inpe considera a degradação progressiva na conta do desmatamento, Maggi só contabiliza o corte raso, ou seja, áreas completamente devastadas. "A degradação progressiva pode ser interrompida quando o estado é comunicado e toma medidas para a recomposição florestal da área", argumentou o governador. Blairo Maggi disse que já convidou representantes do governo, de organizações não-governamentais e do Congresso Nacional para verificar em campo a diferença entre o "alarme" do Inpe e os números defendidos por seu estado. "O ministro Minc (ministro do Meio Ambiente) disse que não quer brigar com o termômetro. Nem eu. Mas é preciso verificar se o termômetro está aferido ou não. Uma febre de 37 graus é diferente de uma de 40 graus." Segundo o governador, entre 2003 e 2007, o estado de Mato Grosso reduziu o desmatamento em 80%. "Economizamos 9,4 mil quilômetros quadrados de florestas, o equivalente à cidade de São Paulo." O governador de Rondônia, Ivo Cassol, também participa da audiência pública, promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara. Neste momento, os governadores ouvem perguntas dos deputados.

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