Degelo da Antártida se aproxima de nível crítico, diz estudo

Camada de gelo pode se peder caso haja um aumento mesmo que ligeiro nas concentrações de gases estufa

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Por MICHAEL PERRY
Atualização:

Grande parte da camada de gelo da Antártida Ocidental pode se perder caso haja um aumento mesmo que ligeiro nas concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera e as temperaturas dos oceanos continuem subindo, segundo um estudo divulgado pela revista Nature.

 

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Placa de gelo

 

O estudo também mostrou que a gigantesca placa de gelo da parte oeste da Antártida (WAIS, em inglês) desabará caso a temperatura do oceano aumente em 5 graus Celsius. Os modelos de informática utilizados para fazer o cálculo comprovaram que um colapso destas características teria consequências "catastróficas" sem precedentes em uma escala de tempo geológica curta, ou seja, de milhões de anos.

 

Os professores David Pollard, da Pennsylvania State University, e Robert DeConto, da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, disseram que a WAIS já está em uma situação muito instável e que qualquer mudança de temperatura, por menor que seja, pode causar "uma rápida desintegração e, inclusive, seu colapso".

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Pollard e DeConto reconheceram, no entanto, suas limitações para prever qualquer ruptura parcial ou total da placa, ao não conhecer a fundo as variações experimentadas no passado e os mecanismos subjacentes que levaram a desmoronamentos anteriores.

 

Para a comparação da situação atual com episódios prévios que ocorreram ao longo da história do planeta, os cientistas se basearam nos dados fornecidos pelo estudo dos isótopos procedentes dos sedimentos do núcleo da placa a grande profundidade.

 

Esses detritos indicam que o último colapso aconteceu em algum momento do Plioceno (entre 3 e 5 milhões de anos), uma era de temperaturas quentes.

 

Os cientistas elaboraram um modelo de informática que simulava, a partir da experiência conhecida do Plioceno, as variações da placa de gelo em um período de 5 milhões de anos.

 

O resultado foi que a WAIS evoluiu de estar plenamente assentada a uma situação próxima a seu desaparecimento total no equivalente a cerca de poucos milhares de anos.

 

Em um estudo paralelo publicado pela "Nature", Tim Naish, um especialista em geleiras da Victoria University de Wellington, Nova Zelândia, afirma que há evidências de que a WAIS se derrubou de forma periódica durante o Plioceno.

 

Ele lembra ainda que, nessa era, os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera eram similares aos atuais.

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(com Efe)

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