Contra estresse, casal adota ‘lar ambulante’ sobre rodas

Os dois desenvolveram a Síndrome de Burnout; modelo das tiny houses faz parte de conceito de vida mais simples

PUBLICIDADE

Por Juliana Tiraboschi
Atualização:

SÃO PAULO - Em 2013, a hoteleira Isabel Albornoz, de 40 anos, trabalhava no departamento comercial de uma agência de turismo quando o estresse a levou a desenvolver a Síndrome de Burnout, causada por condições de trabalho desgastantes. Alguns meses depois, o marido dela, o estatístico Robson Lunardi, de 35 anos, teve o mesmo problema. 

Sobre rodas.Robson Lunardi e Isabel Albornoz com o filho na moradia, que terá 27 m², painéis solares e esgoto seco Foto: Isabel Albornoz e Robson Lunardi

PUBLICIDADE

Ambos desaceleraram o ritmo e, quando o filho do casal nasceu, em 2015, ela resolveu parar de trabalhar para cuidar do bebê. Mais ou menos na mesma época, Lunardi assistiu a uma palestra de Andrew Morrison, um dos percussores das “tiny houses”, pequenas casas sobre rodas que fazem parte de um conceito de estilo de vida mais simples.

+++ Projeto doa pés de sapato a amputados

“Vivíamos em uma casa grande, dava trabalho para cuidar e tínhamos custo de manutenção. Comecei a me desfazer de várias coisas, como roupas”, afirma Isabel.

No início deste ano, Lunardi deixou o emprego e o projeto de viver em uma residência sobre rodas começou a tomar forma. A família passou uma temporada nos Estados Unidos, para entender como funcionam as tiny houses, que podem ser estáticas ou móveis. De volta ao Brasil, o casal, que está vivendo temporariamente em um sítio em Porangaba, no interior paulista, decidiu construir a própria casa ambulante. 

+++ Estudo liga energia menos poluente a redução de mortes 

Nesta semana Isabel e Lunardi receberam o chassi da tiny house, encomendado de uma empresa curitibana, e começaram a montar as paredes e o restante da estrutura, que terá 2,6 metros de largura por 8 metros de comprimento e 4,3 metros de altura.

Publicidade

A casa, de 27 metros quadrados, será equipada com painéis solares e baterias de lítio, que entram em cena em dias nublados, quando não for possível gerar energia solar. As lâmpadas da casa são todas de LED, que consomem menos energia. Em dias de sol, é possível até usar a máquina de lavar roupa apenas com a energia gerada pelos painéis. A casa também não deverá gerar resíduos. O sistema de esgoto instalado será o seco, que utiliza um vaso sanitário especial. 

A previsão é de que a casinha fique pronta até novembro. Depois, é preciso obter autorização para circular com a residência-veículo. Se tudo der certo, será a primeira tiny house sobre rodas legalizada do Brasil. “A tiny house te dá liberdade de tempo e dinheiro para ter uma vida com mais qualidade”, afirma Isabel.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.