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Consumo de energia no país cresceu 37,37% entre 1995 e 2006

Relatório divulgado pelo IBGE indica ainda maior participação da energia renovável na matriz energética nacional

Por Equipe AE
Atualização:

O relatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008, divulgado nesta quarta-feira, 4, pelo IBGE, aponta que os mecanismos de melhoria na eficiência no uso de energia ainda são incipientes. Segundo os dados apurados no decorrer de uma década, entre 1995 e 2006, o consumo de energia no país cresceu 37,37%, ante um avanço no PIB, de 31,46%. Ao longo do período é possível verificar que a eficiência energética medida a partir destes dois parâmetros avançou apenas poucas casas decimais, de 0,84 tep (toneladas equivalentes de petróleo)/ R$ 1 mil de crescimento no PIB, para 0,87.   Durante o período analisado, entretanto, houve momentos da economia brasileira em que esta eficiência aumentou, atingindo a até 0,091 tep/R$ 1 mil em 1999. Isso ocorreu por ocasião do racionamento de energia.   "Para que haja um aumento consistente na eficiência energética, faz-se necessário a implementação de programas de economia e utilização mais eficientes de energia no País", diz o relatório do IBGE, apontando para iniciativas como o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), ou o incentivo à utilização do transporte de massa nos centros urbanos, e aumento do uso de ferrovias e hidrovias no transporte de cargas, como sendo alternativas viáveis para melhorar o desempenho desta eficiência energética.   Energia renovável   O relatório do IBGE acompanha ainda o desempenho das fontes renováveis na oferta de energia ao longo da década. Segundo estes dados, após um período de redução quase contínua da participação das fontes renováveis na oferta de energia no Brasil, entre 1992 e 2002 - resultado da queda de investimento em construção de hidrelétricas e esgotamento do potencial hidráulico das bacias próximas aos grandes centros populacionais - houve uma retomada devido em grande parte à entrada de novas fontes, como a biomassa, a solar, eólica e biocombustível.   Assim, pelos dados de 2006, considerando também a utilização de petróleo e derivados, a participação da energia renovável na matriz energética nacional atingiu a 45%, depois de ter ficado em 40% em 2002. O petróleo ainda é fonte predominante, com 37%, seguido da energia hidráulica, com 14,8%. Os derivados de cana-de-açúcar, que atingiram a fatia de 10% da matriz energética em 2000, hoje já somam 14,5%, quase se equiparando à hidroeletricidade.   Reciclagem   O estudo aponta também alguns pontos positivos revelados pelos 12 indicadores que tratam do desempenho macroeconômico e financeiro do País e dos impactos no consumo de recursos materiais, na produção e gerenciamento de resíduos e uso de energia. Entre eles, estão o crescimento da reciclagem, aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética, crescimento do PIB, menor grau de endividamento, balança comercial favorável e maior taxa de investimento.   Organizados segundo os temas quadro econômico e padrões de produção e consumo, eles mostram, porém, que o gasto de energia voltou a crescer no País, que não há ainda locais de destinação definitivos para os resíduos nucleares e que o maior reaproveitamento do lixo domiciliar se deve mais ao fato de ele ser fonte de rendimento para uma parte da população e menos à consciência ambiental voltada para a coleta seletiva e reciclagem.

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