Cientistas rastrearam uma tartaruga de couro que nadou da Indonésia aos EUA em uma viagem épica de 20.000 km em busca de comida - uma pesquisa que, esperam os envolvidos, intensificará os esforços internacionais para salvar a espécie. As tartarugas de couro, que podem crescer até 2,75 metros, vivem nos oceanos há 100 milhões de anos. Mas pesquisadores do Serviço Nacional de Pesqueiros Marítimos dos EUA afirmam que a pesca comercial torna os oceanos perigosos demais para essas tartarugas, que poderão desaparecer se nada for feito. "Migrações tão amplas expõem os animais a uma enormidade de riscos vinda da pesca em alto-mar", afirma artigo dos cientistas Scott Benson e Peter Dutton, publicado na revista especializada Chelonian Conservation and Biology. "A conservação efetiva requer uma compreensão melhor das rotas migratórias e destinos para entender e mitigar os riscos no mar", escreveram. A tartaruga de couro é a tartaruga marinha mais ameaçada me todo o mundo. Benson estima que menos de 5.000 fêmeas adultas da espécie vivam no Pacífico, atualmente. Os machos não podem ser contados facilmente porque não chegam até os litorais. Estima-se que a espécie possa desaparecer nos próximos 30 anos. Benson e Dutton foram à Indonésia em 2001 para rastrear algumas tartarugas por satélite, confirmando a rota migratória pelo Pacífico. A pesquisa mostrou que os animais vão do Mar do Sul da China ao Mar do Japão e ao Pacífico Norte. Uma fêmea adulta começou sua viagem em 2003, na província indonésia de Papua, disse Benson. Ele e Dutton rastrearam o animal em sua bisca por alimento durante 647 dias, até a bateria do transmissor acabar, perto do Havaí. Durante o périplo, ela chegou ao Estado do Oregon, nos EUA.