Cientistas calculam em 700 milhões de litros o óleo derramado no Golfo

A estimativa final do governo americano ficou em pouco mais de 651 milhões de litros

PUBLICIDADE

Por Associated Press
Atualização:

Depois de diversos passos em falso, o governo dos EUA finalmente acertou na estimativa de quanto petróleo foi derramado no Golfo do México pelo desastre da plataforma Deepwater Horizon neste ano, escreve um grupo independente de cientistas na revista Science.

 

PUBLICIDADE

Cerca de 700 milhões de litros derramaram-se no mar, dizem pesquisadores da Universidade Columbia, que fizeram a estimativa com base em vídeos do óleo escapando do poço.

 

A estimativa final do governo americano ficou em pouco mais de 651 milhões de litros. Embora o número da universidade seja superior ao oficial, ambas as estimativas têm grandes margens de erro e, por conta disso, praticamente se sobrepõem.

 

A diretora da US Geological Survey, Marcia McNutt, descreveu os resultados de Columbia como "uma verificação independente e completamente imparcial do resultado do governo".

 

Tim Crone, de Columbia, que encabeçou a pesquisa baseada em fórmulas de fluxo determinadas pela observação dos vídeos e que gerou a estimativa apresentada na Science, disse que, de fato, há coincidência nos valores.

 

Mas fez a ressalva de que confia mais em seu número, pois o estudo foi submetido ao processo de revisão necessário para publicação numa revista científica, enquanto que a metodologia usada pelo governo teve poucos detalhes revelados.

 

Crone usou uma técnica diferente para estudar o vídeo que a adotada pela maioria dos cientistas que se valem se imagens gravadas para fazer estimativas de fluxo. Geralmente, pesquisadores rastreiam partículas individuais e calculam a velocidade com que percorrem a tela.

Publicidade

 

Mas no caso do Golfo as partículas eram difíceis de acompanhar, então Crone usou uma técnica que vinha aperfeiçoando há dez anos. Ele estuda pontos do vídeo - todos os pontos - e observar as mudanças de cor e textura. Nesse estudo, ele analisou vídeos de 15 de maio e 3 de junho, e extrapolou, a partir daí, uma estimativa.

 

Ian McDonald, oceanógrafo da Universidade Estadual da Flórida, disse que por suas contas o governo precisou tentar três vezes antes de acertar as contas. No início, as autoridades adotaram a estimativa da empresa responsável pela plataforma, a BP, de 159.000 litros ao dia. Depois, elevou o total a 795.000 litros ao dia, e insistiu nessa taxa por várias semanas.

 

Por fim, as autoridades disseram que o vazamento poderia ser de até 9 milhões de litros ao dia, e fechou a estimativa total do desastre em 652 milhões de litros.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.