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Cidades buscam soluções para poluição hídrica

Encontro internacional em SP reúne experiências de municípios que enfrentam problema com rios

Por Bruno Deiro
Atualização:

Uma abordagem integrada para a poluição hídrica e as enchentes nas grandes cidades de países em desenvolvimento será discutida em um encontro que ocorrerá entre terça e quinta-feira, em São Paulo. O modelo, do Banco Mundial, foi adotado pela capital paulista e cidades como Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Seul (Coreia do Sul) e Nairóbi (Quênia).A Oficina Internacional sobre Gestão Integral de Água Urbana reúne experiências obtidas por várias metrópoles cuja expansão enfrenta problemas de gerenciamento hídrico. A intenção, segundo os organizadores, é promover a troca de experiências. Carentes de planejamento, todas têm o desafio de corrigir problemas antigos, como rios poluídos e falta de abastecimento, e reduzir os impactos provocados pelo crescimento populacional.Para Thadeu Abicallil, especialista sênior em água e saneamento do Banco Mundial, as cidades latinas são as que demandam maior planejamento. "O que a gente observou nos últimos anos foi um forte crescimento da urbanização na América Latina, que hoje tem cerca de 80% da população vivendo nas cidades", afirma Abicallil. "Falta, porém, um planejamento adequado, como política habitacional", completa. Para o especialista, São Paulo é um dos principais exemplos. Além da poluição e da constante falta de disponibilidade hídrica, a tendência é sofrer com mais enchentes em decorrência de extremos climáticos. A saída, diz, seria pensar em ações integradas. "A poluição não se resolve só com tratamento de esgoto. E o esgoto, por sua vez, não tem como única solução a canalização de águas pluviais. No Brasil, as ações estão dispersas em várias instituições. É preciso um novo entendimento institucional", explica.LegislaçãoAlém disso, outro obstáculo no País seria a complexidade federativa, em que cada município tem sua própria legislação. Uma ação bem-sucedida de reutilização de água em Porto Alegre, onde todos os edifícios são obrigados a ter reservatório para chuvas, acaba não sendo adotada por outras capitais.No workshop que começa amanhã, uma das megacidades com mais exemplos positivos deve ser Seul. A despoluição do Rio Cheonggyecheon, que atravessa a cidade, é referência mundial e serve de modelo para o projeto semelhante que vem sendo desenvolvido no Tietê, em São Paulo, há 21 anos - por enquanto sem os mesmos resultados.

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