Chita, o animal mais rápido do mundo, está ameaçado, alertam cientistas

Estimativa é que a espécie está reduzida a uma população de apenas 7.100 animais, confinados em pequenas áreas que representam apenas 9% de seu território original

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Por Giovana Girardi
Atualização:

Considerado o animal mais rápido do mundo, a chita – ou guepardo (Acinonyx jubatus) – está reduzida a uma população estimada em apenas 7.100 animais, confinados em pequenas áreas que representam apenas 9% de seu território original.

Os dados estão em um estudo publicado nesta terça-feira (27) na revista científica PNAS que traz a primeira análise sobre como a existência ou não de áreas protegidas interfere nos riscos de extinção do animal. 

Filhotede chita caminhaao lado da mãe na Reserva Natural deMasáiMara, no Quênia. Maior parte da população do animal está fora de áreas protegidas e sofre múltiplas ameaças, segundo estudo publicado na revista PNAS Foto: Dai Kurokawa / EFE

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Com base nos resultados, a equipe internacional de cientistas, liderada por Sarah Durant, do Instituto de Zoologia de Londres,recomendou uma atualização da Lista Vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) para considerar a chita como uma espécie em perigo de extinção.

Diversas pesquisas apontam que áreas da natureza sob proteção em geral colaboram para a conservação da biodiversidade, mas para animais como as chitas, que têm uma distribuição ampla e esparsa, somente essas regiões não são suficientes para garantir a manutenção da espécie.

Os pesquisadores analisaram a distribuição do animal pela África e pelo sudoeste asiático e, utilizando modelagem de cenários, estimaram que a maior parte da área de ocorrência(77%) é fora de áreas protegidas. A estimativa é que 67% da população de chitas esteja nesses locais, sofrendo com ameaças como conflitos generalizado entre seres humanos e animais selvagens, a perda de presas por conta da caça excessiva, a perda e a fragmentação de hábitats e o comércio ilegal.

A equipe notou ainda que mais da metade da população mundial do felino está em uma única região na fronteira entre seis países no sul da África. A situação mais crítica é na Ásia, onde a área de ocorrência diminuiu 98%.

Os cientistas concluem alertando que os resultados apontam para a necessidade de uma mudança de paradigma nos conceitos de conservação de modo que ele tenha uma “abordagem mais holística”, que “incentive a proteção e promova uma coexistência sustentável entre humanos e vida selvagem através de grandes paisagens multi-uso” de modo a melhorar a sobrevivência fora das áreas protegidas.

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