08 de dezembro de 2010 | 10h38
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China diz que aceita tornar obrigatória meta de emissões
O chanceler-assistente Liu Zhenmin fez essas declarações em Cancún, onde quase 200 países discutem novas medidas contra o aquecimento global numa cúpula da Organização das Nações Unidas.
Liu afirmou a jornalistas, na terça-feira, que haverá uma "crise de confiança" se os negociadores rejeitarem o Protocolo de Kyoto, hoje em vigor, que exige reduções nas emissões de gases do efeito estufa apenas por parte de países desenvolvidos.
Japão, Canadá e Rússia, entre outros, dizem que não aceitarão renovar seus compromissos sob o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012, se grandes países emergentes, como China e Índia, também não tiverem metas obrigatórias a cumprir.
Na segunda-feira, o negociador climático chinês, Huang Huikang, disse à Reuters que seu governo aceitaria incluir as metas "voluntárias" de controle das emissões em um eventual tratado que fosse de cumprimento obrigatório. A declaração sugeria que a China estava fazendo uma importante concessão para facilitar a adoção de um novo acordo.
Mas Liu disse que a posição da China não mudou, e que houve um "mal entendido".
"Esta por natureza é uma promessa voluntária, uma promessa autônoma. 'Voluntário' e 'autônomo' significa que não é negociável", disse Liu. "É diferente dessas metas quantificadas de redução por parte dos países desenvolvidos", acrescentou.
Na segunda-feira, Huang havia declarado: "Podemos criar uma resolução, e essa resolução pode ser vinculante para a China."
Mas Liu disse que é cedo para discutir a inclusão dos esforços da China e de outros países em desenvolvimento nessa convenção.
"As negociações sobre como refletir as promessas, as ações voluntárias -- essas negociações ainda não foram completadas. Há apenas algumas conversas", disse Liu. "Não se pode prejulgar o resultado por uma das opiniões."
Ele acrescentou que a China mantém sua posição de que os países desenvolvidos se beneficiaram mais com as emissões de carbono nos últimos dois séculos, e que por isso precisariam ter mais obrigações que os pobres e emergentes.
"É também uma questão de confiança política", afirmou. "Será uma crise internacional de confiança" se o Protocolo de Kyoto for colocado em dúvida, acrescentou.
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