27 de novembro de 2009 | 15h06
Yu Qingtai, o embaixador da China para a mudança climática, acrescentou que o mundo não deveria esperar que o governo de Pequim adotasse uma nova meta para reduzir o crescimento nas emissões de gases-estufa -- descrita por alguns como modesta -- porque ela representava "o máximo de nossos esforços".
A China anunciou na quinta-feira que cortaria os níveis de intensidade de carbono - a quantidade de CO2 produzido por unidade de crescimento do PIB - em entre 40 e 45 por cento até 2020.
O anúncio aumentou a esperança de se chegar a um acordo sobre um novo pacto para combater a mudança climática na conferência liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague, no mês que vem, mas levantou a questão de como as reduções seriam monitoradas em um país onde o segredo e a corrupção lançam dúvidas sobre números oficiais.
A China enfatizou que a sua meta é uma política voluntária e interna, elevando o temor de uma disputa em Copenhague sobre como e se as reduções nas emissões chinesas seriam verificadas.
"Você não pode aplicar o mesmo tipo de padrão a medidas que tomamos por conta própria, com recursos próprios, para ações tomadas com o apoio internacional", disse ele em Pequim.
Em uma rodada de negociações em Bali, na Indonésia, há dois anos, as nações em desenvolvimento prometeram adotar "medidas de redução mensuráveis, notificáveis e verificáveis" em suas emissões.
A expressão indica que qualquer redução deve ser verificada por terceiros.
"As ações serão mensuráveis, notificáveis e verificáveis se o apoio (internacional) for mensurável, notificável e verificável", disse Yu a repórteres.
"Se você observar a magnitude das medidas anunciadas ontem, eu presumiria que apenas uma proporção muito pequena estará sob essa cláusula particular".
Pequim insiste que os países ricos e industrializados devem continuar a arcar com a maior parte do ônus em reduzir os gases-estufa e que os países em desenvolvimento, como China e Índia, não devem ser submetidos a metas obrigatórias de redução nas emissões em um novo acordo.
A China também diz que qualquer acordo novo deverá incluir mais apoio financeiro e tecnológico para os países em desenvolvimento.
(Reportagem de Emma Graham-Harrison)
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