18 de dezembro de 2009 | 13h32
QUAL É O MELHOR RESULTADO POSSÍVEL?
Alguns países ainda querem um acordo de cumprimento legal obrigatório em Copenhague, mas a maioria concorda que isso está fora de alcance. Um texto legal incluiria reduções profundas e obrigatórias nas emissões de gases-estufa para os países desenvolvidos até 2020, ações de países em desenvolvimento para desacelerar suas crescentes emissões e um pacote de financiamento e de tecnologia para ajudar países pobres.
QUE TIPO DE ACORDO É MAIS PROVÁVEL?
Líderes mundiais concordariam no que chamam de texto de "cumprimento político obrigatório", que incluiria metas para reduzir a mudança climática até 2020. Eles também estabeleceriam um prazo para que isso fosse transformado em um texto legal --um esboço sugere que esse prazo seja o fim de 2010. Os líderes poderiam então ir embora e determinar que seus ministros do Meio Ambiente ficassem em Copenhague por mais um dia ou dois para trabalhar em detalhes como transferência de tecnologia verde para países pobres e reduzir o desmatamento.
O QUE ACONTECE SE HOUVER UM IMPASSE?
Se o encontro fracassar, os líderes podem concordar em suspender as negociações e voltar a se reunir em algum momento em 2010. Um impasse similar aconteceu durante sessão da ONU em Haia em novembro de 2000, que foi retomada em meados de 2001. O próximo encontro da ONU está marcado em Bonn em meados de 2010 e no México em novembro de 2010.
E SE O ENCONTRO FRACASSAR?
O pior cenário --um fracasso total das negociações-- pode aprofundar a desconfiança entre países ricos e pobres e minar a confiança dentro do sistema da ONU. Isso também suspenderia a análise pelo Senado dos EUA de uma lei para reduzir as emissões norte-americanas. Metas anunciadas por outros países também poderiam desmoronar.
SE HOUVER UM ACORDO "POLÍTICO", O QUE DIRIA?
Um dos objetivos, considerado em rascunho na sexta-feira, é concordar em limitar o aquecimento global para uma elevação de temperatura máxima de 2 graus Celsius acima do nível pré-industrial. As nações mais pobres e os pequenos Estados- ilhas querem um teto mais rígido de 1,5 grau C. Um grande problema é que a meta de temperatura é vaga e não iria comprometer os países a agirem individualmente.
O rascunho não inclui outra possibilidade de meta -- um pouco mais firme mas mais distante -- de cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2050. China e Índia e outras nações em desenvolvimento se opuseram a tal meta no passado, alegando que as nações ricas devem primeiro fazer cortes mais drásticos de suas emissões até 2020.
E SOBRE AO DINHEIRO?
Um esboço sugere fundo de 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020, arrecadado de verbas públicas e privadas, para auxiliar as nações pobres a enfrentar as mudanças climáticas. E exige um capital inicial imediato de 10 bilhões por ano entre 2010-12.
O QUE AS NÃÇÕES RICAS DEVEM FAZER?
Teriam de fazer cortes mais drásticos nas emissões de gases de efeito-estufa nos anos que antecedem 2020. Um painel de cientistas da ONU sugeriu em 2007 que as emissões teriam de cair entre 25 e 40 por cento até 2020, em relação aos índices de 1990, para ajudar na prevenção contra os piores efeitos das mudanças climáticas, como secas, extinção de espécies, inundações e aumento nos níveis do mar. As propostas de corte das nações industrializadas para 2020 até agora variam entre 14 e 18 por cento.
E OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO?
Teriam de se comprometer com um "desvio substancial" para desacelerar o aumento de emissões de gases causadores do efeito estufa abaixo dos índices de aumento previstos até 2020, por exemplo, substituindo usinas de carvão pelo uso de energia solar e eólica.
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