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Burundi assina tratado para redistribuir águas do Nilo

Com a adesão de cinco países, tratado preocupa o Egito, principal beneficiado da atual distribuição

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Por Redação
Atualização:

O Burundi assinou um tratado para alterar os acordos históricos de divisão das águas do Nilo, apresentando um desafio diplomático para os militares egípcios, autais chefes de Estado, que rejeitam o pacto. O novo tratado pretende substituir o acordo vigente, de 1929, e cria uma comissão permanente para administrar a distribuição das águas, com o objetivo de garantir uso igualitário dos recursos.

 

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Já ameaçado pelo aquecimento global, o Egito é quase interamente dependente do Nilo para o abastecimento de água, e acompanha com nervosismo os projetos de hidrelétricas das nações que ficam a montante do rio. O país é o que mais se beneficia do Nilo com o tratado atual.

 

Burundi é a quinta nação a assinar o acordo, junto com Quênia, Etiópia, Tanzânia e Ruanda. Sudão e República Democrática do Congo ainda não assinaram, apesar das declarações do governo do Quênia para que o Congo entre no grupo.

 

O ministro de Meio Ambiente do Burundi, Jean-Marie Nibirantije, afirma que a nação, no centro da África, também deseja investir nas águas no Nilo para a geração de energia. "Os investidores e doadores sempre colocam a assinatura deste novo tratado como condição para prover fundos que ajudem na construção de hidrelétricas."

 

Os projetos hidrelétricos de Burundi incluem duas usinas com a capacidade de gerar 410 megawatts, que serão situadas na região de fronteira com a Ruanda e com o Congo.

 

Fontes oficiais afirmam que a demanda por eletricidade do país, produtor de café, aumenta 4 megawatts (MW) por ano desde 2006. O déficit de energia é estimado em 25 MW em horários de pico, pelo envelhecimento da infraestrutura. A capacidade elétrica do país de oito milhões de habitantes é de 34 MW.

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