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Brasil tem problema grave de desmatamento ilegal, diz Pacheco em evento da COP

Presidente do Senado disse que situação é 'evidente' e impacta imagem do País no exterior. Fala ocorreu em evento do Pavilhão Brasil em Glasgow na presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e Emilio Sant'Anna
Atualização:

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira, 9, em evento na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, que o Brasil “tem um problema grave de desmatamento ilegal das nossas florestas” e que é preciso fazer um mea culpa. Para ele, isso é “evidente” e tem impacto sobre a responsabilidade e a imagem do País no exterior. 

A fala foi feita na abertura do Dia da Indústria, evento organizado no Pavilhão Brasil da COP, na Escócia. O desmatamento no Brasil alarma o mundo, conforme Pacheco, e constitui numa narrativa consistente e forte em relação ao País. “Isso faz com que nós tenhamos uma crise de imagem em relação aos demais 194 países. Então, reconhecê-lo é fundamental”, declarou na presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite

Segundo Rodrigo Pacheco (PSD), lei precisa de 'completa revisão'. Foto: Adriano Machado/Reuters - 27/10/2021

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O desmatamento que ocorre no Brasil, segundo o presidente do Senado, é crime. “Como se previne criminalidade? Não é apenas com polícia”, disse ele, defendendo que a questão do desmatamento precisa, além de contenção e punição, controle e prevenção. “As ações contra o desmatamento só se dão com dinheiro, com incentivo”, alegou.  

Ao lado do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, que pediu a aprovação do Projeto de Lei que trata do mercado de carbono brasileiro, Pacheco disse que terá “todo o senso de urgência” para aprovar o PL no Senado. Ao ministro, Pacheco disse que “obviamente” o Legislativo e o Executivo não convergem sempre em todos os assuntos, mas destacou que há projetos em discussão entre as partes no Congresso.

Pacheco defendeu que é preciso contextualizar os US$ 100 bilhões por ano que os países ricos devem fornecer às nações em desenvolvimento para serem usados em ações para mitigar as mudanças climáticas. “Na verdade, isso não é uma ajuda filantrópica, não tem uma razão de ser uma contribuição altruísta a um país A ou B”, disse.  

Segundo ele, o montante, definido em edições anteriores da Convenção do Clima tem uma lógica. “É o fato de que esses países desenvolvidos, que se industrializaram e se desenvolveram, para a melhora da qualidade de vida de toda a humanidade, visando a seus interesses econômicos de forma legítima”, disse. 

Agora, conforme Pacheco, se chega a um ponto que o mundo se deu conta da importância da contenção de emissão de poluentes, então todos os países sem exceção têm a responsabilidade em cada lugar do mundo onde há florestas.    

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“Essas florestas, para serem preservadas, precisam da contribuição de todos os países, sobretudo dos países desenvolvidos que se valeram do proveito das suas atividades econômicas com algum sacrifício em algum momento ao meio ambiente”, argumentou. Assim, de acordo com ele, é preciso haver agora uma espécie de “compensação” entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.  “A lógica dos US$ 100 bilhões dos países ricos é uma forma de compensação”, defendeu.

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