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'BP vai pagar por estrago que causou', diz Obama sobre vazamento

Presidente discursou para mostrar ao país que está no comando da crise ambiental

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON- O presidente Barack Obama prometeu nesta terça-feira, 15, fazer tudo o que puder para conter o vazamento de petróleo no Golfo do México, e afirmou que nas próximas semanas será possível recuperar 90% do petróleo que emana do poço da BP. "Nós lutaremos contra este vazamento com tudo o que temos por quanto tempo ele durar. Nós faremos a BP pagar pelo estrago que causou", disse o presidente em um discurso televisionado no Salão Oval da Casa Branca. .

 

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Obama buscou informar aos americanos sobre o real estado da catástrofe, falar sobre eventuais ressarcimentos e esclarecer a ideia de uma nova lei de energia que incentive o investimento em fontes alternativas. O presidente se disse feliz por usar ideias democratas e republicanas em uma legislação energética, e advertiu que os Estados Unidos não podem se dar ao luxo de evitar mudanças no uso de energia.

 

Obama também acusou a British Petroleum de "imprudência" e jurou não descansar até que a companhia pagasse pelo vazamento que se configurou no pior desastre ambiental dos últimos tempos.

 

Segundo o governante, o vazamento causou um sentimento de tristeza e raiva que é mais profundo do que dólares. O presidente discursou para garantir à nação que está no comando da crise. E explicou que, desde o começo dela, o governo federal lançou o "maior esforço de limpeza meio ambiental" da história do país e conta com 30 mil pessoas em quatro estados para combater a maré negra.

 

O presidente americano disse ainda que o país deve trabalhar para evitar que um incidente do tipo aconteça de novo. E para isso, como frisou, foi criada uma comissão nacional para investigar as causas do desastre e dar recomendações sobre medidas a serem tomadas.

 

Muitos americanos estão críticos com o que veem como a pouca responsabilidade do governo em relação à pior tragédia ecológica do país.

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Obama está se esforçando para mostrar que está fazendo tudo o que pode. Mas o governo não tem a tecnologia necessária para conter um vazamento em tal profundidade, o que faz com que o presidente dependa da gigante petroleira britânica para detê-lo.

 

O discurso ocorreu após dois dias de um tour de inspeções na região do Golfo, e inspirou novas urgências depois que cientistas anunciaram que o vazamento pode ser pior do que o previsto. Ele também foi feito um dia antes do encontro do presidente com altos executivos da BP na Casa Branca.

 

Offshore

 

Obama defendeu a moratória parcial na exploração offshore de petróleo nos EUA - uma medida que, segundo ele, é "difícil, mas necessária". Obama disse que o vazamento de petróleo em curso atualmente no Golfo do México, que começou em 20 de abril com a explosão da plataforma Deepwater Horizon, é o pior desastre ambiental da história dos EUA e o combate aos seus efeitos levará anos. Segundo Obama, o vazamento "é como uma epidemia" contra a qual os EUA "lutarão por meses ou mesmo anos".

 

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Obama disse no discurso que a decisão de impor uma moratória total à exploração offshore é difícil e pediu que uma comissão presidencial investigue rapidamente e determine se a exploração de petróleo em águas profundas pode continuar de maneira segura. O presidente aprovou há alguns meses a expansão da exploração offshore de petróleo. Ele disse ter feito isso após ter recebido garantias de que o processo era totalmente seguro.

 

Obama também expôs um plano a longo prazo para recuperar a costa do Golfo, uma área que, como explicou, ainda não se recuperou totalmente do furacão "Katrina".. Ele disse que uma "terceira parte" irá fiscalizar o fundo com os cerca de US$ 20 bilhões que a BP destinará para o pagamento das indenizações aos moradores e empresários dos estados afetados pelo vazamento. O comando ficará com o secretário da Marinha, Ray Mabus, ex-governador do Mississipi, uma das regiões mais atingidas pelo petróleo. 

 

Na quarta, Obama se reunirá com o presidente da BP, a quem disse que dará instruções para que crie um fundo que compense os trabalhadores e empresários prejudicados economicamente pelo desastre. O fundo, como ressaltou, não será controlado pela BP, mas administrado de maneira independente.

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Com informações da Agência Estado, Reuters, AP e Efe

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