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Bolsonaro diz que 'floresta não pega fogo', mas admite não ter como fiscalizar toda a Amazônia

Presidente afirmou que há casos nos quais 'o índio que toca fogo' na floresta

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse em transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta quinta-feira, 23, que o Brasil é vítima de uma "campanha maldosa" sobre desmatamento e queimadas e atribuiu a situação a interesses econômicos. Bolsonaro admitiu, porém, que não há como fiscalizar toda a floresta amazônica, dada a sua extensão. Não foi só: afirmou que "o índio toca fogo" ali também.

"A floresta não pega fogo. É uma campanha maldosa o tempo todo contra o Brasil, porque isso tem a ver com economia", afirmou Bolsonaro. "O Brasil é um gigante do agronegócio. O agronegócio não parou com a pandemia", completou.

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Depois de o vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho da Amazônia, tentar acalmar investidores sobre a preservação da Amazônia, em reuniões com executivos dos três maiores bancos privados, Bolsonaro também tratou do tema. Disse, no entanto, que há casos nos quais "o índio que toca fogo" na floresta.

"Pessoal, tem certas regiões aqui que o foco de incêndio existe, e vai existir todo o ano, que é o cabloco, é o índio que toca fogo. Se ele não tocar fogo, é a cultura dele, ele não vai ter o que comer no ano seguinte. Mais ainda, o tamanho da Amazônia é maior do que a Europa toda. Não tem como você fiscalizar", afirmou o presidente. Segundo Bolsonaro, quando alguns falam em reflorestamento, "poderiam reflorestar a Europa".

Para o presidente, a imprensa publica "mentiras" para derrubar o governo. "O que acontece, muitas vezes? Um jornal, aqueles conhecidos, que fazem de tudo para derrubar o governo, falar mentiras, publica uma mentira. A imprensa de fora pega a mentira, publica lá na Europa. Daí a imprensa daqui vai lá, pega da Europa e vem para cá (dizendo): 'Olha como está o presidente lá na Europa, está lá embaixo, não preserva o meio ambiente, não dá bola para isso ou para aquilo'".

Bolsonaro disse esperar que o Congresso aprove o projeto de lei da regularização fundiária, enviado após a Medida Provisória sobre o assunto caducar. Na sua avaliação, a MP teria sido aprovada se fosse incluída na pauta.

"Espero que o Congresso aprove o projeto porque isso nos ajuda a identificar quem porventura tocou fogo de forma criminosa na sua propriedade. Vai inibir a prática e acabar a pressão internacional, muitas vezes desproporcional e não verdadeira contra o Brasil", argumentou. "Com a regularização fundiária, caso fosse aprovada, em cada pedaço de terra do Brasil ia saber onde está o foco incêndio".

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De acordo com o presidente, se forem somadas todas as áreas desmatadas nos últimos 20 anos, o equivalente à "América do Sul todinha teria sido desmatado, porque as áreas são desmatadas novamente".

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