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Bolívia pede que países ricos paguem a 'dívida climática'

Governo de Evo Morales cobrará 'ressarcimento e compensação' na cúpula da ONU em Copenhague

Por Efe
Atualização:

A Bolívia pedirá na cúpula da ONU em Copenhague, em dezembro, que os países industrializados paguem a "dívida climática" que contraíram com as nações em desenvolvimento porque estas, segundo o Governo de Evo Morales, "não tiveram culpa pelo problema".

 

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Jaime Villanueva, coordenador do Programa Nacional de Mudanças Climáticas, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Águas daquele país, explicou nesta quinta-feira, 19, que a proposta boliviana que será apresentada na próxima cúpula sobre Mudança Climática com o título de "Salvemos o planeta do capitalismo" e inclui quatro temas.

 

O objetivo é obter dos países desenvolvidos, "que provocaram este problema", um "ressarcimento e compensação" pelos danos causados. Disse ainda que a "dívida climática" cobrada pela Bolívia também quer o cumprimento dos compromissos vinculativos de redução de emissão de gases do efeito estufa assumidos há quase duas décadas pelos países desenvolvidos.

 

Villanueva lembrou que um estudo do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) refletiu que, em 2007, as emissões aumentaram 11,2% em vez de diminuir 5,2%, como havia sido fixado em 1990. "Ou seja, que os países não cumpriram com seus compromissos e seguem fazendo uma ameaça a este problema mundial que compromete nossa própria existência", disse.

 

A proposta boliviana ratifica a exigência que as Nações Unidas reconheçam os direitos da "Madre Tierra", "que está ferida pelo uso excessivo dos recursos naturais e os combustíveis fósseis", explicou o funcionário. Acrescentou que a bandeira boliviana diante da convenção será a participação dos povos indígenas nas decisões e na formulação de políticas para diminuir o problema.

 

Um quarto ponto se refere à necessidade de transferência de tecnologia e recursos financeiros aos países em desenvolvimento que apoiem as medidas de adaptação e como forma de minimizar os efeitos da mudança climática. "Ainda existe uma esperança, uma solução para o problema. Desde que os países desenvolvidos tomem a liderança e façam compromissos vinculativos que possam solucionar o problema", concluiu.

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