04 de março de 2015 | 16h36
As autoridades australianas mataram cerca de 700 coalas em uma região onde os marsupiais estavam condenados a morrer de fome por causa de superpopulação. As mortes indignaram os defensores dos animais.
Os coalas foram anestesiados e mortos em 2013 e 2014 na região de Cape Otway, costa sudeste da Austrália, segundo declarou a ministra do Meio Ambiente do Estado de Victoria, Lisa Neville.
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"A operação era indispensável para evitar o sofrimento dos coalas que não tinham como se alimentar", por causa de uma superpopulação na região, disse Lisa, que na época não era ministra.
Com a falta de folhas de eucalipto, a dieta preferida dos coalas, os animais se viam obrigados a comer o córtex das árvores, o que não os nutria de forma suficiente.
Os marsupiais sofriam uma grande agonia e seus cadáveres cobriam a costa, declarou o gerente de um camping da região, Frank Fotinas.
"Os coalas que morriam de fome eram mais numerosos que os submetidos à eutanásia. Se cheirava a morte", contou Fotinas.
Lisa Neville declarou que um grupo de cientistas estava trabalhando para melhorar as condições de existência dos coalas, mas não excluiu a possibilidade de novas operações similares. Em 2013 e 2014 foram eliminados 686 coalas.
"A experiência mostra que o deslocamento dos coalas não funciona e pode, ao contrário, provocar maiores sofrimentos", disse a ministra à televisão australiana ABC.
"Devemos revisar a estratégia de gestão dos coalas para frear o crescimento da população, que continua a um ritmo muito intenso", acrescentou.
A fundação Australian Koala, que estima que há 100 mil coalas na Austrália, denunciou a atitude das autoridades.
"O que fizeram é chocante. Por que deixaram que a situação se deteriorasse?", questionou a diretora executiva da fundação, Deborah Tabart.
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