Ativistas do Greenpeace invadem usinas nucleares francesas

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Por Redação
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Ativistas do Greenpeace invadiram várias instalações nucleares francesas nesta segunda-feira para destacar o que descreveram como falta de segurança das usinas, a seis meses da eleição presidencial. O Greenpeace disse que seus militantes conseguiram entrar na usina Nogent, perto de Paris, na manhã de segunda-feira, e escalar uma das cúpulas que abriga um reator, enquanto outros entraram em outras instalações nucleares sem serem detectados até agora. "Essa é a maior prova de que a segurança atual é insuficiente... e mostra a que ponto as usinas nucleares francesas estão vulneráveis", disse Sophia Majnoni d'Intignano, responsável pela campanha nuclear do Greenpeace, em comunicado. A dependência da França da energia nuclear vem sendo muito debatida antes da eleição presidencial em abril. A França é o país mais dependente de energia nuclear do mundo, e usa usinas nucleares para a produção de 75 por cento de sua energia. O Partido Socialista e o Verde entraram em acordo no mês passado para fechar os 24 reatores mais antigos da França até 2025 e não construir outros reatores se estiverem no poder, uma reviravolta entre os Socialistas que apoiaram a energia nuclear nos anos 1980 e 1990. Depois do desastre em Fukushima, em março de 2011, a França, junto com outros países europeus, decidiu realizar testes de segurança nos 58 reatores nucleares do país para verificar a capacidade deles em resistir a enchentes, terremotos, cortes de energia, falhas do sistemas de resfriamento e gestão operacional de acidentes. Mas estes testes não incluíram ataques terroristas nem a possibilidade de um acidente de avião. A EDF confirmou que um grupo de pessoas havia entrado em Nogent ilegalmente. "Elas foram detectadas imediatamente pelo sistema de segurança e sua movimentação foi observada no local", disse a EDF em comunicado, acrescentando que havia decidido não usar a força. Todos os nove ativistas foram detidos pela polícia, disse a EDF. "A intrusão não teve impacto na segurança das usinas, nem na segurança das pessoas presentes no local," disse a empresa, que opera os 58 reatores da França. (Reportagem de Muriel Boselli)

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