Ativistas contrários à caça de focas no litoral atlântico canadense começaram nesta terça-feira, 15, uma greve de fome depois que as autoridades do país capturaram no sábado, 12, seu barco e detiveram vários tripulantes. O Farley Mowat, embarcação-insígnia da organização de defesa dos direitos animais Sea Shepherd, foi capturado há dois dias pelas autoridades canadenses e seu capitão e primeiro oficial foram detidos e acusados de colocar em risco a vida de caçadores de focas. O diretor do barco, o polêmico ativista Paul Watson, se apresentou nesta terça-feira, 15, na cidade canadense de Sydney, onde o Farley Mowat e sua tripulação foram levados após a detenção, para pagar a fiança de US$ 10 mil imposta ao capitão e ao primeiro oficial. A tripulação da embarcação decidiu fazer greve de fome até que os dois sejam libertados pelas autoridades canadenses, o que poderia ocorrer nas próximas horas. Watson afirma que a informação do GPS do barco indica que o Farley Mowat estava em águas internacionais quando aconteceu a captura. O ministro de Pesca canadense, Loyola Hearn, disse à Agência Efe que mesmo que a embarcação estivesse em águas territoriais internacionais, a ação seria legal. A Sea Shepherd é uma das organizações que todos os anos protestam nas águas do Atlântico contra a caça de focas que o Canadá permite nas primeiras semanas da primavera (hemisfério norte). Este ano, o Governo autorizou a caça de 275 mil focas harpa, um número similar à de anos anteriores. Os ativistas qualificam a caça como uma atividade desnecessária e desumana que causa uma morte cruel aos animais. Mas o Governo canadense considera que a caça, em sua maior parte de animais com menos de um mês de vida e dos quais normalmente só se aproveita a pele, é uma atividade tradicional e necessária para a sobrevivência de seus pescadores.