Após índice de desmatamento alarmante, Lula convoca reunião

Encontro com ministros às 12 horas discute novas medidas para combater destruição recorde da Amazônia

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Por Redação
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O Ministério do Meio Ambiente promete divulgar nesta sexta-feira, 25, o nome de aproximadamente 30 municípios que vão integrar uma lista suja dos maiores responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. Novas medidas de combate ao desmatamento no país devem ser discutidas a partir das 12 horas desta quinta-feira, em uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O encontro, às 12h, deve contar com a participação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e de outras autoridades governamentais. Taxa mensal de desmatamento na Amazônia disparou em 2007 Lula convoca reunião de emergência sobre Amazônia Acompanhe a evolução do desmatamento  Ainda há tempo para salvar a Amazônia? Os cinco municípios campeões de derrubada na Amazônia nos últimos cinco meses de 2007 são: São Félix do Xingu e Cumaru do Norte, no Pará, e Colniza, Marcelância e Querência, em Mato Grosso. "Estamos em fase de finalização", afirmou a ministra Marina Silva. Pelos cálculos da ministra do Meio Ambiente e do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), o desmatamento pode ter atingido cerca de 7 mil quilômetros quadrados no período. Um levantamento do Inpe mostrou que, de agosto a dezembro, foram derrubados 3.233 quilômetros quadrados de floresta, dos quais 1.922 quilômetros quadrados em novembro e dezembro, quando normalmente não há desmate por causa das chuvas. O Estado campeão de desmatamento no período analisado é Mato Grosso, com 1.786 quilômetros derrubados. Segundo o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luiz Henrique Daldegan, os dados preliminares, que apontam o Estado como um dos vilões do desmatamento na região amazônica, refletem a realidade. Marina disse que o governo agirá com rigor para impedir que o desmatamento cresça. "É importante a presença do ministro da Agricultura [na reunião]. Ele tem consciência de que a economia só crescerá se ajudar na preservação, certificação, no controle da origem e produção de produtos que não agridem o ambiente." Participam da reunião no Palácio do Planalto, além do presidente Lula e a ministra Marina, Dilma Rousseff (Casa Civil), Reinhold Stephanes (Agricultura), Tarso Genro (Justiça), Nelson Jobim (Defesa) e Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), além do diretor-geral do Inpe, Gilberto Câmara. O governo que afirma que pode ser, no entanto, muito maior. "Até hoje o Inpe não tinha detectado desmatamentos dessa magnitude", disse o diretor-geral do Inpe. "É extremamente preocupante", emendou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco. Se o ritmo continuar como o detectado nos cinco últimos meses do ano passado, e levando-se em conta a projeção de 7 mil quilômetros quadrados no período, a área derrubada poderá chegar, em um ano, aos 15 mil quilômetros quadrados, superando 2005/2006. "Representará um aumento em relação a 2006 e isso não pode acontecer", disse Marina. A ministra do Meio Ambiente disse ainda que já é possível dizer que o aumento do preço da soja, o avanço do gado na Amazônia e a derrubada de árvores para as siderúrgicas de ferro-gusa são as causas principais do desmatamento. Seus assessores lembraram que a derrubada da floresta aconteceu principalmente em Mato Grosso, Rondônia e no Pará, Estados onde esses setores da economia têm avançado muito nos últimos anos. (Com João Domingos e Nelson Francisco, de O Estado de S. Paulo)

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