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Análise: Faltou inovação e País não chegará bem à COP-21

'Embora o desmatamento atual seja bem menor que o de décadas anteriores, nossa taxa ainda é uma das maiores do mundo'

Por Adalberto Veríssimo
Atualização:
Aumento da perda florestal se concentrou em três Estados: Rondônia, Mato Grosso e Amazonas Foto: HERTON ESCOBAR/AE

É uma notícia ruim, preocupante, mas não chega a ser uma surpresa. O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), operado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), já indicava um aumento e, nos últimos anos, o desmatamento na região tem flutuado no mesmo patamar. Todos os especialistas alertavam para esse crescimento. Depois de uma redução expressiva nas últimas décadas, os índices de desmatamento ficaram estagnados desde 2012 em torno de 5 mil km². 

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Se o País tivesse avançado no esforço de combate ao desmatamento, criando estratégias e medidas inovadoras contra essa prática, estaria agora colhendo um resultado melhor. Mas, se analisarmos as políticas atuais contra a devastação da floresta, veremos que elas são as mesmas de 2009. 

É importante lembrar que, embora o desmatamento atual seja bem menor que o de décadas anteriores, nossa taxa ainda é uma das maiores do mundo - e por isso o País não deveria acomodar-se. 

Com uma taxa anual de desmatamento de mais de 5,8 mil km², o Brasil não chegará bem à COP-21, em Paris. No contexto da conferência, há dois números importantes: as taxas de desmatamento e as taxas de emissões de gases de efeito estufa. Em ambos, temos um viés de alta.

ADALBERTO VERÍSSIMO É PESQUISADOR SÊNIOR DO IMAZON  

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