Análise: A quem será que o relatório do IPCC se destina?

Que leitura fará o governo brasileiro? As informações sobre aumento das ondas de calor, ciclones tropicais, eventos extremos e aumento do nível do mar estão lá

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Por Suzana Kahn
Atualização:

O relatório do IPCC lançado neste 9 de agosto me trouxe à lembrança a música Cajuína, de Caetano Veloso. O relatório evidencia a contribuição humana no aquecimento global e a nossa responsabilidade pelos efeitos do aumento da temperatura, tais como elevação do nível do mar, alterações em regime de chuvas e secas, entre outros danos. Os dados são apresentados de uma maneira direta e com um nível de certeza nunca antes usado pelo painel.

Em Colônia, um deslizamento de terras criou uma cratera de lama, que destruiu casas da região. Foto: (Rhein-Erft-Kreis via AP)

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Que leitura fará o governo brasileiro? As informações sobre aumento das ondas de calor, ciclones tropicais, eventos extremos e aumento do nível do mar estão lá.

Caberia ao Brasil, que é e será fortemente afetado, estar alinhado com um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, com políticas de redução de desmatamento, transição energética, técnicas de agropecuária mais sustentáveis, criando condições para uma nova economia baseada na chamada “Indústria 4.0” fortemente baseada em ciência, tecnologia e inovação.

Creio que este relatório não se destina ao atual governo. Espero, entretanto, que se destine a outros segmentos de nossa sociedade, como setor privado, parlamentares, terceiro setor.

É VICE-DIRETORA DA COPPE/UFRJ E INTEGRA O IPCC

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