Ameaçados de extinção, animais sofrem maus-tratos

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Por Sergio Torres
Atualização:

BOA VISTA - A tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) e o tracajá (Podocnemis unifilis) constam em anexos da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites) como animais ameaçados. Captura, posse, transporte e comércio são proibidos por lei federal. A Cites é um dos acordos ambientais mais importantes do planeta. O Brasil é signatário desde 1975. A população de quelônios amazônicos "vem declinando ano após ano, tendo por principal causa a captura em grande quantidade para fins de atender o mercado ilegal de carnes exóticas", acusa o relatório da Operação Pimenta. As investigações indicam que, em Manaus, cada tartaruga-da-amazônia custa, inteira, R$ 500. Só o lote localizado pelos agentes federais poderia render aos traficantes de animais perto de R$ 400 mil. O que torna a caça das tartarugas mais grave é que os animais adultos podem desovar de 100 a 150 ovos, uma vez por ano, o que mantém "em níveis equilibrados a população das tartarugas-da-amazônia na região do Baixo Rio Branco", informa o relatório da Superintendência da PF. As tartarugas "sofrem intenso estresse", continua o documento. "As tartarugas pequenas, tracajás e outras espécies menores são depositadas em cercados temporários em grande quantidade, uma em cima da outra, privadas de água e alimento, no meio da lama e excrementos dos próprios animais. As adultas e corpulentas também são privadas de água e alimentos e são viradas de costas para baixo, posição em que (....) não conseguem se desvirar sozinhas em terra e que acarreta sofrimento, pois, por causa de seu grande peso corporal e ausência de esqueleto interno, as vísceras, órgãos e músculos se descolam para baixo, comprimindo o pulmão do animal, causando asfixia, que muitas vezes leva a óbito", diz o texto.

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