Ambientalistas marcam protesto contra hidrelétrica no Ribeira

Manifestação, programada para quarta-feira, é contra a decisão do Ibama de autorizar a construção da usina

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

Entidades ambientais, sindicatos e movimentos sociais devem fazer na quarta-feira, 12, um protesto contra a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de autorizar a construção da hidrelétrica do Tijuco Alto, no Rio Ribeira de Iguape.   Veja também: Ibama autoriza CBA a construir usina em SP   O projeto, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa do grupo Votorantim, recebeu parecer técnico favorável do órgão ambiental no final de fevereiro, depois de 20 anos de espera.   Seis entidades ecológicas, entre elas a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Socioambiental (ISA), centrais sindicais e movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), divulgaram uma carta aberta na qual repudiam o projeto.   De acordo com o ISA, ao emitir o parecer recomendando a licença prévia, o Ibama deu o primeiro passo para a construção da hidrelétrica que, se construída, afetará o modo de vida das populações do Vale do Ribeira, destruirá áreas protegidas, inundará cavernas e afetará o regime hidrológico do manancial.   Os ambientalistas alegam ainda que a usina gerará energia exclusivamente para a CBA, não havendo interesse público na obra. De acordo com o documento, a construção da Tijuco Alto vai abrir precedente para a aprovação de mais três projetos de barragens no Ribeira.   O ato público será às 10 horas, em frente à sede da superintendência do Ibama em São Paulo. O Ibama informou que o parecer técnico não é conclusivo, pois foi condicionado à solução de pendências como a inundação de duas cavidades naturais, a ser submetida ao Instituto Chico Mendes, e a outorga pelo uso da água, que deve ser dada pela Agência Nacional das Águas (ANA).   De acordo com a CBA, com a geração em Tijuco Alto a empresa liberará para o sistema a energia consumida pela fábrica de alumínio, na região de Sorocaba, contribuindo para reduzir o risco de apagão. A empresa não pretende construir outras barragens no Ribeira.

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