Alertas de desmatamento da Amazônia já superam os do ano passado

De acordo com o Inpe, de 1º de agosto do ano passado até 11 de junho deste ano, foram feitos alertas para a derrubada de 6.870 km² de floresta. Entre 1º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019, foram 6.844 km²

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Por Giovana Girardi
Atualização:

Faltando ainda mais de um mês para fechar o calendário anual em que se mede o desmatamento da Amazônia, os alertas feitos pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que as perdas deste ano já superam as do ano anterior.

De acordo com dados disponíveis no site Terrabrasilis, de 1º de agosto do ano passado até 11 de junho deste ano, foram feitos alertas para a derrubada de 6.870 km² de floresta. Entre 1º de agosto de 2018 a 31 de julho de 2019, foram 6.844 km². Os registros do mês de junho deverão estão disponíveis somente em 10 de julho.

Gráfico mostra alertas de destamento do sistema Deter, do Inpe, para o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Para 2020, estão os valores acumulados são até 11 de junho e eles já são maiores que os 12 meses anteriores. Foto: Deter / Inpe

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O Deter é um sistema dinâmico de monitoramento por satélite, que fornece em tempo real alertas para orientar a fiscalização em campo. Por conta disso, ele só indica uma tendência do que está ocorrendo. Quem traz a taxa oficial de desmatamento é outro sistema no Inpe, o Prodes, que “vê” mais e faz um retrato ainda mais dramático.

No período de agosto de 2018 a julho de 2019, o Prodes aponta que a Amazônia perdeu 10.129 km². O valor representa uma alta de 34,41% em relação aos 12 meses anteriores. Entre agosto de 2017 e julho de 2018, a perda havia sido de 7.536 km².

Com o Deter em franca elevação nos últimos 13 meses, especialistas já calculam que o Prodes deve trazer também uma nova alta expressiva neste ano.

Desde maio, está em vigor uma operação do Exército para impedir crimes ambientais na Amazônia. É a Verde Brasil 2, iniciada em 11 de maio pelo Conselho da Amazônia e liderada pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Os balanços da operação têm inflado seus dados com a inclusão de resultados obtidos pelo Ibama, como revelado em reportagem do Estadão, mas ainda assim o desmatamento não está sendo contido.

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