O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, culpou nesta sexta-feira, 17, em Copenhague o "materialismo insaciável" do modelo capitalista das potências ocidentais pela mudança climática.
Veja também:
Ahmadinejad discursou na etapa de alto nível da Cúpula da ONU sobre Mudança Climática, que reunirá até amanhã 119 chefes de Estado e de Governo, e aproveitou para reiterar suas críticas à política externa dos Estados Unidos. Segundo ele, o aquecimento global é resultado "das crenças egoístas e megalômanas" de "alguns países" que "buscam controlar a riqueza de recursos" de outros.
O presidente iraniano admitiu que uma das causas do aquecimento global é o consumo de petróleo - um dos principais recursos de seu país -, mas atribuiu a responsabilidade de seu uso ao "capitalismo" que, para sobreviver, precisa "usar combustível barato e destruir a natureza".
Ahmadinejad acusou Washington de tentar "dominar fontes energéticas" no exterior e justificou dizendo que apesar de contar só com 5% da população mundial, os EUA consomem 25% do petróleo global, 18% da madeira e 14% da água.
O líder iraniano assegurou que Washington, ao não fazer uma "proposta vinculativa" em escala global, "frustra a vontade mundial" de manter as emissões poluentes "sob controle".
Para o presidente iraniano, a "única solução" para o aquecimento global é que a humanidade "retorne ao humanitarismo e aos valores divinos" a fim de "deter a degradação meio ambiental". "A mudança climática deixa a cada ano mil vezes mais vítimas que os ataques terroristas", afirmou.