
17 de novembro de 2010 | 17h05
SÃO PAULO - Cerca de 150 pessoas do Sindicato de Químicos e Plásticos de São Paulo protestaram nesta quarta-feira, 17, em frente à Câmara dos Vereadores, no centro da cidade, contra o projeto de lei 528/2009, do vereador Carlos Alberto Bezerra (PSDB), que proíbe a distribuição gratuita de sacolas plásticas em supermercados e estabelecimentos comerciais.
Por causa disso, o vereador Francisco Chagas (PT), contrário a PL, se pronunciou no plenário da Câmara, mas, ao contrário do que o estadão.com.br tinha informado anteriormente, o projeto, barrado na semana passada, não voltou à pauta da Casa nesta tarde. "Não concordo em 'fulanizar' um único projeto, no caso a sacolinha, como sendo grande vilã", se posicionou.
De acordo com o sindicato, o projeto pode causar a demissão de cerca de 20 mil pessoas e precisa ser discutido de forma mais profunda antes da determinação da lei. O autor do projeto, que o assina com outros vereadores, no entanto, rebate o real motivo do protesto. "Não estou propondo um projeto do dia para a noite. Tivemos sugestões, respaldo técnico e apoio de entidades da sociedade civil. Não há um argumento que refute a tese. Esse é o mesmo argumento dos donos de bingo assim que entrou em pauta (o projeto que proíbe casas de jogos de azar e cassinos no País). Baseado em que eles (sindicato) dizem isso?".
Segundo Bezerra, o projeto dá tempo para todos os setores se adaptarem e tem caráter educativo, assim, os cidadãos irão se adaptar e preferir, com o tempo, não utilizar as sacolas plásticas. "Não tenho dúvida que o projeto coloca São Paulo em sintonia com a legislação ambiental do resto do mundo", disse. Chagas afirma, porém, que o projeto se põe contra a legislação federal. " (O projeto) supõe uma logística reversa que supõe o compartilhamento de responsabilidade de todas as cadeias produtivas", comentou.
O sindicato, em protesto, também reivindica que os trabalhadores possam opinar e que sejam procuradas alternativas para essa substituição. Os vereadores paulistanos não entraram em consenso sobre a votação na semana passada. Segundo petistas e membros do Centrão, um novo projeto substitutivo deve ser analisado nesta semana, mas sem chance de entrar na pauta ainda este ano.
Atualizado às 21h14
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