Acre quer Exército no combate aos incêndios

Em Rio Branco, estudantes e sindicalistas saíram às ruas em passeata para protestar contra as queimadas, cuja fumaça encobre a cidade

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Por Liege Albuquerque , Nayanne Santana , Jocyelma Santana , Fátima Lessa e Yáskara Cavalcante
Atualização:

Mais um Estado pedirá a ajuda do Exército para combater as queimadas. O governador do Acre, Binho Marques, afirmou ontem que entregará ao Ministério da Defesa uma solicitação de colaboração. Os incêndios florestais começam a mobilizar a população. Ontem, cerca de 500 estudantes de escolas públicas e privadas e sindicalistas saíram em passeata pelas principais ruas da capital, Rio Branco.

 

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O grupo usou máscaras cirúrgicas durante a manifestação para mostrar que a população enfrenta dificuldades para respirar por causa da fumaça que encobre a cidade. O protesto terminou em frente ao Ministério Público do Estado, órgão que tem fiscalizado diariamente os registros de focos de incêndio.

 

No Tocantins, os 37 militares que combaterão o fogo que consome a Ilha do Bananal, no centro-sul do Estado, seguirão hoje para a região. A Ilha do Bananal – a maior fluvial do mundo – queima de forma contínua há quase duas semanas. Durante o dia, cinco aeronaves fazem o abafamento dos focos, lançando jatos de água sobre as labaredas. À noite é feito o trabalho por terra.

 

Outros Estados também estão se mobilizando para acabar com os focos. Em Mato Grosso, o secretário estadual do Meio Ambiente, Alexandre Maia, informou que foram agregados mais 126 brigadistas. “A contratação faz parte de um plano emergencial para ajudar no combate ao grande volume de focos de queimadas”, afirmou.

 

A situação na capital é crítica. De julho até o dia 22 de agosto, a cidade registrou 1.422 queimadas urbanas – quantidade que supera os 1.325 focos registrados em julho e agosto de 2009. “Todo o Estado vive um risco crítico. Nosso objetivo é reduzir os focos e os efeitos das queimadas sobre a saúde das pessoas”, disse o superintendente estadual da Defesa Civil, major Agnaldo Pereira.

 

No Amazonas, cerca de 50 brigadistas voluntários conseguiram apagar, após três dias de trabalho, um incêndio que destruiu mais de sete hectares de floresta em Apuí, a 476 quilômetros ao sul de Manaus. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda há no município – o mais devastado do Estado – 27 focos de queimadas sendo combatidos.

 

A falta de infraestrutura também preocupa o Pará, onde fica São Félix do Xingu, município com o maior número de focos no País: 12,7 mil. A principal preocupação das autoridades é o fato de a cidade não dispor de efetivo do Corpo de Bombeiros e os técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não serem em número suficiente para eliminar os riscos.

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Queimadas podem superar as de 2007

 

Os danos causados pelas queimadas neste ano podem superar os de 2007, quando foi registrado o maior número de incêndios nos últimos cinco anos. “As condiçõesclimáticas estão atípicas. Em 2007 pode ter havido mais focos, mas agora a destruição deve ser bem maior e relevante, porque o fogo está se espalhando rapidamente”, alertou o coordenador das Unidades de Conservação Nacional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Paulo Carneiro.

 

 

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