Acre decreta estado de emergência por incêndios nas florestas
Seca coloca abastecimento de água em risco na capital, Rio Branco, e em outras 14 cidades do Estado
Por Bruno Ribeiro
Atualização:
SÃO PAULO - O governador do Acre, Gledson Cameli (PP), publicou nesta sexta-feira, 23, decreto determinando de estado de emergência "em razão do desastre classificado e codificado como incêndio florestal". O decreto aponta atribuições especiais à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, à Defesa Civil, às Polícias Civil e Militar e ao Corpo de Bombeiros. O ato também libera o governo a fazer compras relacionadas ao combate das chamas sem licitação pública.
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A Polícia Militar foi orientada a atuar "de forma repressiva, segundo a legislação vigente" nos incêndios, enquanto o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) recebeu determinação de desenvolver campanhas de sensibilização da população "quanto ao uso do fogo como crime ambiental".
Todos os bombeiros disponíveis no Estado serão direcionados para as ações de enfrentamento às chamas. Os agentes públicos poderão entrar nas casas dos cidadãos acreanos sem ordem judicial para determinar a pronta evacuação dos imóveis em caso de risco. Além disso, propriedades privadas podem ser usadas pelos agentes públicos "em caso de iminente perigo público", com eventual indenização ao proprietário feita posteriormente.
O Acre criou uma sala de situação para monitorar os incêndios e coordenar as ações de enfrentamento ao fogo, em que os órgãos atuarão em conjunto para mapear focos de incêndio e determinar estratégias de combate. Os atos estabelecidos no decreto têm validade de 180 dias.
As queimadas clandestinas que ocorreram sem fiscalização do governo foram agravadas pela estiagem que atinge a região neste ano.
O decreto cita "risco de colapso no sistema de abastecimento" de água nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Senador Guiomard, Rio Branco, Porto Acre, Acrelândia, Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, e Cruzeiro do sul diante da seca que atinge o Estado, fator que contribui para o descontrole dos incêndios.
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A falta de chuvas acarreta "considerável redução" dos níveis dos Rios Acre, Purus, Envira, Tarauacá e Juruá, que abastecem essas 15 cidades, segundo o texto assinado pelo governador.
Atos em defesa da Amazônia se espalham pelo País e pelo mundo
1 / 21Atos em defesa da Amazônia se espalham pelo País e pelo mundo
Berlim (Alemanha)
Em Berlim, manifestantes que defendem a preservação da Amazônia se concentraram na frente da embaixada brasileira na Alemanha Foto: Odd Andersen/AFP
Berlim (Alemanha)
"Bolsonaro, pare com a destruição da Amazônia", pede manifestante na Alemanha Foto: Odd Andersen/AFP
Berlim (Alemanha)
Além de protestar contra as queimadas e o desmatamento na Amazônia, grupo pede a saída do presidente Jair Bolsonaro, considerado pelos manifestantes o... Foto: Odd Andersen/AFPMais
Paris (França)
Em Paris, o protesto a favor da Floresta Amazônica e contra o presidente Jair Bolsonaro se concentra em frente à embaixada brasileira na França Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Paris (França)
Cartaz exibido em manifestação em Paristraz mensagens de apoio à Amazônia em português e francês Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Paris (França)
"É uma parte de cada um de nós que está pegando fogo", diz cartaz laranja levantado por manifestantes na França Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Londres (Inglaterra)
Em Londres, manifestantes liderados pela organização Extinction Rebellion se reuniram na frente da embaixada brasileira na Inglaterra Foto: Frank Augstein/AP
Londres (Inglaterra)
"Salve o nosso planeta", diz cartaz exibido por manifestante em Londres Foto: Frank Augstein/AP
Londres (Inglaterra)
'Nossa casa está em chamas', diz jovem em referência aos incêndios na Amazônia Foto: Frank Augstein/AP
Berna (Suíça)
Na Suíça, manifestantes protestam em Berna contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e sua política ambiental Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Berna (Suíça)
'Act now' ('aja agora'): manifestantes em Berna pedem reação às queimadas e ao desmatamento na Amazônia Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Berna (Suíça)
Manifestante na Suíça alerta que a situação na Amazônia é uma "emergência" Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Barcelona (Espanha)
Na Espanha, manifestantes defenderam a Amazônia em ato em Barcelona Foto: Lluis Gene/AFP
Barcelona (Espanha)
Os manifestantes cobram medidas do governo brasileiro para conter as queimadas e o desmatamento na Amazônia Foto: Lluis Gene/AFP
Barcelona (Espanha)
Cartaz exibido em Barcelona, na Espanha, afirma que "não é fogo, é capitalismo", em referência às queimadas na Floresta Amazônica Foto: Lluis Gene/AFP
Amsterdã (Holanda)
Os ativistas do Extinction Rebellion lideraram protesto em defesa da Amazônia em Amsterdã, na Holanda Foto: Romy Fernandez/AFP
Amsterdã (Holanda)
Em Amsterdã, manifestante carrega cartaz em que protesta contra o "genocídio indígena", a "destruição ambiental", a "desregulação de pesticidas" e a "... Foto: Romy Fernandez/AFPMais
Amsterdã (Holanda)
Manifestantes que protestam contra a destruição da Amazônia se reuniram na Holanda Foto: Romy Fernandez/AFP
Mumbai (Índia)
Na Índia, manifestantes fizeram atos em defesa da Amazônia em Mumbai Foto: Indranil Mukherjee/AFP
Mumbai (Índia)
Para chamar a atenção sobre osproblemas da Amazônia, manifestante indiano protestou com uma máscara verde Foto: Indranil Mukherjee/AFP
Mumbai (Índia)
Manifestantes se reuniram em frente à embaixada brasileira na Índia Foto: Indranil Mukherjee/AFP