23 de fevereiro de 2010 | 09h04
A ONU garantiu nesta terça-feira, 23, que os compromissos de redução de emissões adotados por 60 países após a Conferência de Mudança Climática de Copenhague "não são suficientes" para garantir que o limite de segurança de dois graus centígrados de alta das temperaturas não seja ultrapassado.
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A denúncia se baseia em um relatório elaborado pelo Programa Meio Ambiental da ONU (PNUMA), que foi publicado durante a conferência ministerial de acompanhamento do acordo sobre o aquecimento global, realizado durante esta semana na Indonésia.
"O acordo de Copenhague é um passo significativo na direção adequada, mas que ninguém dê por satisfeito, pois esse movimento não é suficiente", assegurou Achim Steiner, diretor-executivo do PNUMA.
Steiner acrescentou que "o mundo não tem nenhuma razão para descansar e pensar que o trabalho inicial (para reduzir o aquecimento global) já está feito", acrescentou.
O documento estima que, se todos os países cumprirem seus compromissos, seguiria havendo um excesso de até 8,8 gigatoneladas de CO2 por ano. Com isso, haveria apenas 50% de chance de o aumento da temperatura ficar abaixo de dois graus, teto estabelecido por análises científicas e debates em Copenhague.
Por isso, Steiner pediu aos Governos de países industrializados e às nações em desenvolvimento que sejam "muito mais ambiciosos" em seus cortes de emissões de dióxido de carbono e propostas de mudança de paradigma econômico.
No entanto, o chefe do PNUMA se mostrou moderadamente otimista e disse que "ainda há oportunidades para melhorar" a resposta da comunidade internacional, destacando que os países podem limitar ainda mais suas emissões, difundir novas tecnologias "verdes" e a luta contra o desmatamento.
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