Acordo sobre REDD está quase fechado, diz New York Times

Decisão sobre florestas pode ser anunciada na sexta, quando Obama e outros líderes chegam a Copenhague

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Por Redação
Atualização:

O The New York Times informou em seu site que está praticamente fechado em Copenhague um acordo abrangente de compensação financeira a países que preservarem florestas. O debate interessa diretamente ao Brasil. Como o Estado revelou no Caderno Sustentabilidade no dia 11, só 17 projetos já mapeados pelo governo federal para receber recursos da Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), mecanismo que está sendo discutido na COP-15, têm um potencial de arrecadação de US$ 1,5 bilhão por ano.

 

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O New York Times afirma que o acordo pode ser anunciado na sexta-feira, quando o presidente americano Barack Obama e outros líderes chegam a Copenhague. O jornal considera a provável aprovação da REDD a conquista mais importante da COP. “Provavelmente será a coisa mais concreta definido em Copenhague – e é algo bem grande”, disse ao jornal Fred Krupp, diretor da ONG Environmental Defense Fund.

 

Segundo o NYT, o texto prévio do acordo relativo à REDD será distribuído hoje a delegados de 200 países. Negociadores revelaram que ainda há detalhes pendentes, mas os pontos mais polêmicos já foram definidos – entre eles, como garantir o direito dos povos que vivem em áreas de floresta e a própria definição do que é uma reserva florestal.

 

O jornal americano explica que a REDD abre uma frente para países pobres conseguirem recursos e, aos ricos, a possibilidade de compensar a poluição que produzem. Florestas “se tornaram um pote de ouro ou um passe livre”, disse ao NYT Peg Putt, consultora da ONG Wilderness Society. “De qualquer forma, agora existe a possibilidade de benefício financeiro, em vez de apenas dizer às pessoas: ‘Faça a coisa certa’.”

 

Na análise do NYT, a proposta de Copenhague assinala uma mudança significativa em relação ao Protocolo de Kyoto, de 1997, no qual países se comprometeram a cortar as emissões industriais, mas não tiveram nenhum mecanismo de crédito para a redução da poluição por meio de mudanças no uso da terra.

 

A adoção de mecanismos como a REDD é defendida há anos por grupos ambientalistas, sob a alegação de que as florestas são eficientes na absorção do dióxido de carbono, o gás primário de retenção de calor associado ao aquecimento global. A destruição de florestas tropicais como as da Amazônia, que libera o dióxido de carbono “estocado” nas árvores, é considerada responsável por 20% de emissão global de gases causadores do efeito estufa.

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O jornal faz a ressalva de que, mesmo que os delegados assinem o acordo, levará algum tempo até o dinheiro das REDDs começar a fluir. “Muitos detalhes ainda têm de ser definidos, incluindo a definição do nível exato de redução de emissões esperado dos programas de REDD e a forma de cálculo do sequestro de carbono dos diferentes hábitats.”

 

(Com informações do The New York Times)

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