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Acordo amplo sobre o clima não deve sair de Copenhague--Ban

Por PETER GRIFFITHS
Atualização:

É improvável que os governos cheguem a um acordo abrangendo todos os detalhes de um novo pacto global contra a mudança climática quando eles se encontrarem em Copenhague no mês que vem, afirmou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, na terça-feira. Embora esteja otimista de que os 192 países serão capazes de chegar a algum tipo de acordo político, Ban advertiu que Copenhague não dará a última palavra para um sucessor do Protocolo de Kyoto, o documento patrocinado pela ONU que determina reduções nas emissões de carbono. "Precisamos de vontade política porque se houver vontade política estou certo de que haverá uma maneira de concluirmos um acordo de caráter obrigatório em Copenhague", disse ele após se reunir com o premiê britânico, Gordon Brown, em Londres. "Estou razoavelmente otimista de que Copenhague será um marco muito importante. Ao mesmo tempo, sendo realista, talvez não sejamos capazes de chegar aos finalmentes sobre os detalhes". Em vez disso, os países deveriam ter como objetivo chegar a um acordo sobre quatro pontos: o nível dos cortes nas emissões dos países ricos; o que os países pobres pretendem fazer para reduzir suas emissões; o pacote financeiro para ajudar as nações em desenvolvimento a se adaptar e um sistema de gerenciamento do processo. RICOS E POBRES DIVIDIDOS As negociações sobre um novo tratado para cortar as emissões de gases-estufa numa tentativa de conter o aquecimento global têm vacilado repetidamente desde o seu lançamento, em 2007. Países ricos e pobres estão divididos sobre como compartilhar os cortes nas emissões dos gases-estufa e sobre a quantia de dinheiro que os países em desenvolvimento precisam para se adaptar ao aquecimento global e como captá-lo. Falando numa conferência sobre religião e ambiente nos arredores de Londres, Ban pediu que os países ricos tomem a iniciativa. "Em primeiro lugar, os países desenvolvidos devem liderar essa campanha, considerando todas as responsabilidades históricas e também considerando que eles são os países que têm a maioria das capacidades - financeiras e tecnológicas", afirmou ele. O fracasso em alcançar um acordo levará a mais falta de água, alimentos e de energia e colocará em perigo milhões de pessoas, principalmente nos países mais pobres.

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